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Linfoma de Hodgkin

Definição

Definição LHO Linfoma de Hodgkin, também chamado de Doença de Hodgkin, é um tipo de câncer que se origina nos linfonodos, componentes do sistema linfático do organismo. Esse tipo de doença se diferencia de outros linfomas pela presença de um tipo celular chamado célula de Reed-Sternberg, que possui citoplasma abundante e núcleo dividido (binucleada). Se este tipo celular não estiver presente, o linfoma é classificado como não-Hodgkin.

O Linfoma de Hodgkin surge quando uma célula, normalmente o linfócito B, transforma-se em uma célula maligna e cresce de maneira anormal, se difundindo para outros órgãos.

Existem diversas classificações para o Linfoma de Hodgkin de acordo com a análise histopatológica da doença. Os dois tipos principais são o Linfoma de Hodgkin clássico e o Linfoma de Hodgkin com predomínio linfocitário nodular (LHPLN). O Linfoma de Hodgkin clássico se subdivide nos tipos:

– Rico em linfócitos: predomínio de linfócitos e com presença de células de Reed-Sternberg. Normalmente apresenta bom prognóstico.

– Celularidade mista: apresenta diversos grupos celulares e grande número de células de Reed-Sternberg. Em relação aos outros grupos, há maior presenla de plasmócitos.

– Depleção linfocitária: presença de células de Reed-Sternberg multinucleadas e poucos linfócitos.

– Esclerose nodular: rara presença de células de Reed-Sternberg. A característica principal desse tipo é a presença de nódulos de tecido linfoide separados por tecido conjuntivo.

O Linfoma de Hodgkin com predomínio linfocitário nodular (LHPLN) apresenta melhor prognóstico que os casos de linfoma clássico, sendo tratado de maneira diferente em função das suas diferentes características biológicas.

Epidemiologia

Estatísticas LHO Linfoma de Hodgkin pode ocorrer em qualquer faixa etária da vida, entretanto é mais comum entre os 15 e 40 anos de idade, cujo pico de frequência é entre os 25 e 30 anos, no sexo masculino e na etnia caucasiana. Nos EUA e Europa, a incidência estimada é de 2 a 3 casos em cada 100.000 habitantes, mas esses números podem chegar a 5 ou 6 casos a cada 100.000 habitantes em torno dos 20 anos de idade. O Linfoma de Hodgkin Clássico compreende cerca de 90% dos casos, sendo que o tipo depleção linfocitária tem incidência aumentada em populações com HIV.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a incidência de novos casos permaneceu constante nas últimas décadas, ao passo que a mortalidade diminuiu em 60%. Para o ano de 2009, o INCA estimou o surgimento de 2870 novos casos, 1600 em homens e 1270 em mulheres.

O Linfoma de Hodgkin é menos comum que o Linfoma não-Hodgkin, sendo que este último corresponda a cerca de 70% dos casos de linfoma. Ressaltamos que o Linfoma não-Hodgkin não apresenta o tipo de célula de Reed-Sternberg.

Causas

As causas do Linfoma de Hodgkin ainda não são totalmente conhecidas. Há uma relação entre mutações em linfócitos B e aparecimento da doença. Essa mutação faz com que as células B se dividam de maneira descontrolada e tornem-se malignas. Essas mutações podem ser ocasionadas por:
– Radiações, como em acidentes nucleares e tratamentos prévios de outros cânceres.
– Exposição a agentes químicos e tóxicos, como pesticidas, poluentes ambientais, metais pesados e drogas quimioterápicas (usadas em tratamento anteriores de câncer).

Sistema imune enfraquecido– Sistema imune enfraquecido, que pode ser provocado por doenças (como câncer,AIDS), drogas imunossupressoras (usadas em casos de inflamação crônica e transplante), e doenças genéticas que comprometem o sistema imune.
Infecções por vírus HTLV e HIV podem ser um dos causadores da doença. Há também fatores genéticos que influenciam o desenvolvimento do câncer, uma vez que há aumento da incidência em indivíduos com histórico familiar de Linfoma de Hodgkin.

Estudos também revelam que infecção causada pelo vírus da mononucleose (vírus Epstein-Barr) pode estar ligada com aparecimento da doença.

Grupos de Risco

Grupos de Risco Linfoma de HodgkinO Linfoma de Hodgkin pode acontecer em qualquer faixa etária da vida, mas se concentra entre os 15 e 40 anos de idade, com maior incidência entre os 25 e 30 anos. Homens parecem ser os mais atingidos pela doença. A etnia na qual ela é mais incidente são os caucasianos ao invés de hispânicos ou negros.
Veja a seguir o quadro que resume quais alguns grupos e fatores de risco para o desenvolvimento do Linfoma de Hodgkin:

Grupos de Risco LH

Sintomas

Os sintomas do Linfoma de Hodgkin dependem da localização do tumor, que pode surgir em qualquer parte do corpo. Alguns sintomas gerais da doença são:

– Inchaço de linfonodos das axilas, pescoço ou outras regiões (também conhecido como adenomegalia).

– Fadiga e cansaço.

– Febres e calafrios.

– Suores noturnos.

– Perda de peso sem explicação.

– Perda de apetite.

– Coceira.

– Dor nos linfonodos.

Quando a doença aparece na região do tórax, os sintomas podem ser tosse, falta de ar e dor torácica. Quando aparece na região da pelve, os sintomas podem ser de saciedade precoce e distensão abdominal. Outros sintomas específicos dependem de qual local o linfoma se concentra.

Diagnóstico

Diagnóstico LHO diagnóstico para o Linfoma de Hodgkin inicia-se com exame físico do paciente. O médico verifica se os linfonodos estão inchados ou doloridos. O médico também verifica se há aumento do fígado ou baço.
Dependendo do quadro, pode ser solicitado exame de sangue e urina, para verificar marcadores de infecção e de evolução da doença. Testes de imagem incluem exames por raios-X, ressonância magnética nuclear e tomografia computadorizada. Esses exames têm por função examinar a localização e características do tumor e também ajuda o médico a verificar se há comprometimento da medula óssea e coluna.

A biópsia é realizada retirando uma parte do tecido afetado para análise laboratorial. Ela ajuda o médico a diagnosticar qual é o tipo de linfoma. O exame da medula óssea ajuda o médico a estabelecer se a doença se espalhou ou não e se atingiu esse órgão.

Os testes diagnósticos são muito importantes, pois eles ajudam a determinar que tipo de linfoma de Hodgkin o paciente tem bem como qual o estágio da doença (de I a IV) e grau de metástase (comprometimento de outros órgãos). Com isso, a equipe médica poderá escolher o tratamento mais adequado para o paciente.

A classificação em que estágio a doença está segue o protocolo de estadiamento de Ann Arbor:

Estágio I Adenopatia em uma região do linfonodo.
Estágio II Comprometimento de duas ou mais regiões linfonodais, mas do mesmo lado do diafragma.
Estágio III Acometimento de ambos os lados do diafragma.
Estágo IV Emvolvimento da medula óssea.

Além disso, a abreviação “e” indica extra-linfática (p.ex., fígado); “s” indica acometimento do baço; “B” indica sintomas de febre, perda de peso maior que 10% e sudorese.

É importante ressaltar que quanto mais cedo a doença foi diagnosticada, mais fácil é de ser tratada e melhores são os prognósticos. Se você faz parte de algum grupo de risco e tem alguma suspeita da doença, procure um médico para fazer exames adequados

Complicações

Complicações LHUma das complicações do linfoma de Hodgkin é a sua capacidade de atingir outros locais do corpo sejam eles órgãos linfáticos ou não linfáticos, conhecida como metástase. A metástase pode comprometer outras partes do corpo e piorar o quadro da doença. Alguns órgãos que podem ser atingidos incluem pâncreas, fígado, cérebro e medula espinhal.

Outra complicação é o risco aumentado de doenças infecciosas devido à supressão do sistema imune e também decorrente do tratamento quimioterápico. Essas infecções podem se tornar severas e comprometer a saúde do paciente e inclusive provocar sua morte.

Tratamentos

Tratamentos LHO tratamento dependerá do tipo de Linfoma de Hodgkin que o paciente desenvolveu e seu estado. O médico pode escolher entre as opções:

Quimioterapia

A quimioterapia é o uso de medicamentos para a cura do câncer. Normalmente a quimioterapia é combinada com a radioterapia e a cirurgia para a remoção do tumor. Existem 2 protocolos básicos de tratamento: o ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vimblastina e decarbazina) e BEACOPP (bleomicina, etoposídeo, doxorrubicina, ciclofosfamida, vincristina, procarbazina e prednisona).

O esquema ABVD é o padrão, ao passo que o esquema BEACOPP é indicado para casos mais agressivos. Eles podem ou não ser associados com a radioterapia.

O número de ciclos dos tratamentos vai depender em que estágio o tumor se encontra, bem se ele é refratário ou não.

Radioterapia

A radioterapia é a aplicação de radiação para matar as células malignas. Para o Linfoma de Hodgkin clássico, a radioterapia pode ser usada sozinha ou combinada com os esquemas quimioterápicos acima.

Uma técnica recente é a radioterapia com campo evolvido, que evita a exposição desnecessária de outras partes do corpo, como pulmão e mamas.

Transplante de células-tronco

Transplante de células-troncoNesse caso, usa-se células-tronco do próprio paciente. Antes do tratamento quimio ou radioterápico, retiram-se essas células do paciente e congelam-nas. O paciente então passa por altas doses de quimioterapia ou radioterapia e, após essa etapa, injeta-se as células-tronco previamente extraídas.

O transplante de células-tronco (também chamado de transplante autólogo) é normalmente indicado em casos de doença refratária ou recidiva.

Um fato interessante é que as chances de curas são maiores em casos de Linfoma de Hodgkin considerados agressivos. Os números podem variar em zero em casos de doença indolente (sem muitos sintomas) a cerca de 90% nos casos em que a doença é severa e provoca muitos sintomas.

Dicas

Dicas LHComo o linfoma reduz a imunidade do paciente, é importante manter hábitos saudáveis para evitar contágio com doenças oportunistas e melhorar a qualidade de vida. Esses hábitos incluem:
– Mantenha uma higiene adequada, isso inclui cuidar da sua higiene bucal.
– Evite aglomerados de pessoas, sobretudo nas épocas de inverno, pois a incidência de doenças respiratórias aumenta.
– Mantenha as vias aéreas sempre limpas. Para isso, beba bastante água, faça inalação e lave as vias aéreas com soro fisiológico. Grande parte das doenças oportunistas são respiratórias.

– Evite alimentos crus, uma vez que eles têm mais chances de terem bactérias. Preste atenção especial a carnes, sobretudo de porco e peixes.

– Evite atividades nas quais você possa se cortar ou se ferir. Pacientes com linfoma podem ter cicatrização prejudicada, além de ter mais facilidade para ter infecções complicadas.

– Evite alimentos muito gordurosos e “pesados”. Eles podem piorar os sintomas de náuseas causados pela quimioterapia.

– Busque terapias alternativas como acupuntura, relaxamento, massagem e aromaterapia. Elas podem te devolver ânimo e tranquilidade.

– Tente manter suas atividades e rotina diária. Busque fazer exercícios físicos orientados por seu médico.

– Tenha um tempo para você e pesquise sobre a doença. Converse com profissionais da saúde para entender melhor os tratamentos e como eles funcionam, qual o estado da doença e alternativas.

Prevenção

Prevenção LHOs fatores associados ao linfoma de Hodgkin ainda não estão totalmente esclarecidos, portanto, é difícil delinear estratégias preventivas para a doença. Entretanto, há algumas dicas gerais que podem prevenir o aparecimento de tumores:

– Evite exposição a agentes químicos tóxicos, como pesticidas, herbicidas e fertilizantes. Use máscaras e acessórios de proteção caso trabalhe em lavoura ou com solventes químicos.

– Evite exposição a radiações ionizantes, pois elas causam mutações no DNA.

– Mantenha uma dieta saudável: o consumo de frutas, verduras, legumes e grãos ajuda a combater radicais livres que lesionam o DNA das células e causam mutações.

– Pratique esportes: a atividade física elimina toxinas e componentes nocivos às células.

– Faça sexo seguro: o vírus HIV deprime o sistema imune e aumenta as chances de aparecimento do linfoma de Hodgkin.

Observação da redação: este artigo foi modificado em 14.09.2018

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