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Malária

Resumo malária

A malária, também conhecida como paludismo é uma doença infecciosa causada por um protozoário do tipo Plasmodium. É transmitida aos seres humanos por um mosquito fêmea, o Anopheles, mosquito normalmente encontrado em regiões tropicais. Na realidade, o paludismo desapareceu de regiões temperadas através da drenagem de pântanos.

No entanto, a malária representa uma importante doença do viajante, bem antes das hepatites A e B, da AIDS ou da febre tifóide. Assim, podemos ver o retorno da doença nos países ocidentais através da importação pelos viajantes. Leia as estatísticas da malária

O mosquito é o hospedeiro primário deste parasita (ver o nosso infográfico abaixo). Esse mosquito pica ao entardecer, ao contrário do mosquito transmissor da dengue. Uma vez dentro do corpo humano, através da corrente sanguínea, o parasita se multiplica no fígado onde fica em período de latência. As crises de malária aparecem como acessos de febre terça ou quartã, quando o parasita volta à corrente sanguínea ao eclodir dos glóbulos vermelhos. Estes surtos de febre podem ocorrer meses após o retorno das férias, porque o parasita pode permanecer muito tempo no fígado. Mais detalhes em causas e sintomas da malária.

As principais complicações são a anemia e uma grande fadiga. Quando estruturas cerebrais são afetadas com encefalopatia febril, por exemplo, convulsões e coma podem ocorrer. Às vezes pode ser fatal na ausência de atendimento rápido ao paciente. Quando a febre suspeita ocorre após 6 dias do retorno de viagem aos trópicos, é necessário consultar um médico imediatamente. Leia complicações da malária e quando consultar o médico

Existem medicamentos para tratar a malária, a mefloquina e a doxiciclina. A prevenção da malária é sempre melhor, através do uso de spray repelente. Especialmente porque há resistência ao tratamento da malária. São possíveis outras medidas preventivas, como o uso de mosquiteiro ou cobrir o corpo ao anoitecer através do uso de roupas compridas.

Impression

Definição

A malária, também chamada de paludismo é uma doença infecciosa causada por um parasita, mais precisamente, um protozoário: o Plasmodium. Este último é transmitido aos seres humanos através da picada de um mosquito fêmea, o Anopheles.

O homem e o mosquito são os dois hospedeiros do parasita. Existem quatro tipos de plasmódios que podem ser patogênicos para humanos: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium ovale e Plasmodium malariae. Cada tipo pode ser encontrado em diferentes regiões geográficas e provocam sintomas diferentes. O mais perigoso para os seres humanos é o Plasmodium falciparum. Ele provoca a febre terçã, aparecendo aos terceiros e quintos dias. Diferente, o Plasmodium malariae provoca a febre quartã, as crises aparecem aos quartos e sétimos dias.

Este gênero de mosquito é comumente encontrado em países tropicais (Sudeste da Ásia, África, América Central). No entanto, com muitas viagens para esses países, a importação da doença é possível.

Você deve saber que o mosquito anopheles não pica somente ao anoitecer, razão pela qual é essencial adotar medidas preventivas. Consulte a seção bons conselhos para prevenir a malária

A doença não tratada é fatal e ainda mata hoje. Para o tratamento da malária, existem quimioterapias. Consulte a seção tratamento da malária

Pessoas famosas da história morreram de malária, como Alexandre o Grande.

Origem do termo:
Malaria vem do italiano para mal (mal) ar (aria).

Epidemiologia

Metade da população mundial está exposta à malária, apesar dos diferentes tipos de plasmódio serem encontrados em geral nas regiões tropicais. No entanto, o Plasmodium Falciparum é mais encontrado em zonas intertropicais; o Plasmodium vivax prevalece na África, Sudeste da Ásia e América do Sul; o Plasmodium ovale é um protozoário difundido na África Central e o Plasmodium malariae pode ser encontrados em todos os lugares do mundo, com uma predileção para regiões quentes e úmidas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 400 mil pessoas morrem devido à malária a cada ano. Em 2015, a OMS estimou o número de mortes em cerca de 429.000.
Em 2015, cerca de 212 milhões de pessoas sofreram com a malária.
Em abril de 2017, a OMS estimou que a cada 2 minutos uma criança morreu de malária no mundo.

Brasil
Em 2017, no Brasil foram notificados 193 mil casos de malária, 50% a mais do que o registrado em 2016, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo. A Amazônia Legal respondeu em 2018 80% dos casos.

Causas

Como pode ser visto na parte de definição, a doença é causada por um parasita, o Plasmodium. Duas espécies de parasita são particularmente problemáticas e responsáveis pela doença malária: Plasmodium falciparum e o Plasmodium vivax. Estes se alojam no Anopheles (tipo de mosquito, fêmea), e é transmitido ao homem através da picada (do mosquito).

Este tipo de mosquito tem a particularidade de picar ao anoitecer, por isso que as medidas de prevenção devem ser aplicadas neste momento.

O Plasmodium, uma vez introduzido no corpo humano se dirige ao fígado e aos glóbulos vermelhos. A ruptura dos glóbulos vermelhos provoca febre, sintoma característico da doença. Em outra picada do mosquito, o Anopheles suga o sangue infectado e torna-se novo hospedeiro do parasita e transmite a doença ao picar outro homem. Assim, os dois hospedeiros deste protozoário são o homem e o mosquito.

O fígado é um local de desenvolvimento do protozoário, e mais, é também um local em que o parasita pode residir e reaparecer mais tarde. Quando o plasmódio reside no fígado, corresponde a fase “silenciosa ou dormente da doença”. Esse fenômeno explica porque as crises de febre podem ser remotas: a partir de alguns dias até alguns anos.

Grupos de risco

As pessoas com risco de contrair malária, são as pessoas que vivem em países tropicais (sudeste da Ásia, América Central , África), bem como os viajantes com destino a esses países.

As pessoas que residem em países em situação de risco

A essas pessoas podemos acrescentar os expatriados, pessoas enviadas por algum tempo para países para missões religiosas, organizações humanitárias não governamentais (ONGs) ou a trabalho. Estes indivíduos residem vários meses ou mesmo anos nestes países endêmicos. Seu comportamento é muitas vezes de grande risco, pois como de costume, eles muitas vezes perdem os gestos simples de proteção para prevenção da doença. Recomenda-se não seguir seus conselhos. Para o viajante , ao contrário de expatriados,nem sempre conhece todas as instalações médicas, vai ser mais difícil receber tratamento a tempo.

Os viajantes (até nesses países)

Com o turismo crescente, é mais fácil de contrair essa doença. É por isso que a prevenção é uma parte importante na luta contra a malária. Consulte a seção: Bons conselhos para prevenir e tratar a malária.

A doença é particularmente grave em mulheres grávidas e em crianças pequenas, causando sintomas mais graves.

Crianças com a doença mais atraente
Um estudo com um grupo de 56 crianças de 5 a 12 anos foi conduzido por Wageningen e pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, em colaboração com a Rothamsted Research. Este estudo segue pesquisas anteriores mostrando que as crianças com o parasita da malária, Plasmodium, eram mais atrativas para os mosquitos, que podem picar a pele e infectar o sangue, do que as crianças saudáveis. Os resultados deste estudo foram publicados em 16 de abril de 2018 na revista científica PNAS (DOI: 10.1073 / pnas.1721610115).

Sintomas

O tempo de incubação (tempo que demora a surgir os primeiros sintomas) geralmente dura entre 10 e 20 dias. Assim, se uma febre ocorre durante os 6 primeiros dias de uma viagem, é claro que isto não é devido a malária , porque a doença ainda não teve tempo para se desenvolver. Portanto, não tome imediatamente a medicação antimalárica durante este período.

Os sintomas característicos da malária são:

– os surtos de febre alta (40-41°C)

– os ataques de febre intermitentes: diariamente, a cada 2 dias ou a cada 3 dias. Essas crises correspondem à destruição das células vermelhas do sangue, onde o parasita se multiplicou. Vamos falar sobre os sintomas da febre terçã ou quartã, dependentes do tipo de plasmódio.

– calafrios

dores de cabeça

– dores musculares

– ocasionalmente vômitos e diarreia

– queda na temperatura com sudorese profusa e sensação de frio

– uma grande fadiga após a crise de febre

– uma alteração do estado geral: fadiga, pigmentação amarelada da pele, anemia aguda ou crônica (devido à ruptura de células vermelhas do sangue)

A doença é particularmente grave em crianças e mulheres grávidas. A prudência, portanto, é particularmente importante para estas categorias de pessoas.

Diagnóstico

O diagnóstico começa com uma anamnese onde o médico irá questionar as viagens recentes do pacientes e sua história médica. Em seguida, confirmar o diagnóstico pela demonstração do parasita no esfregaço de sangue. Utilizando um microscópio, os componentes do protozoário serão identificados no sangue. O diagnóstico também permite descobrir a cepa do Plasmodium que infectou o paciente (muitas vezes ligado ao destino).

Há agora os testes rápidos, realizados em centros de vacinação para viajantes de alguns países. Estes testes rápidos são para levar com você durante as férias, a fim de fazer o teste nos primeiros sintomas da malária. O objetivo é: receber rapidamente o tratamento médico e evitar a medicação quando não for necessária. Acontece que, em alguns países, o tratamento antimalárico é administrado rapidamente, sem a confirmação do diagnóstico, uma vez que os médicos às vezes subestimam a eficácia da quimioprofilaxia ou superestimam a prevalência (número de casos de surgimento da doença). É aconselhável levar dois testes, a fim de refazer o exame e confirmar o resultado do teste após 24 horas. Em geral, o paciente que possui o teste rápido da malária, deve levar o teste a um médico ou enfermeiro para se certificar que que o teste seja realizado em local adequado, uma vez que é necessário fazer picadas para extrair sangue dos dedos e nem sempre é simples para todos.

Uma vez que atinge o sangue, a doença também provoca anemia, que pode ser detectada.

Complicações

Como visto nos sintomas da malária, o paciente sofre principalmente de febre durante as crises, durando várias horas e que ocorrem a cada 3 a 4 dias (dependendo da espécie do plasmódio). Quando as crises persistirem ou recorrem com frequência, o paciente:

– pode sofrer icterícia

– pode sofrer com a anemia (a anemia é explicada pela destruição de células vermelhas do sangue)

– pode ter uma taxa que cresce até ruptura

– se sentirá muito cansado (o cansaço é explicado pela anemia causada pelas crises de malária).

Estes sintomas podem ocorrer especialmente quando a malária não é bem tratada.

Na verdade, existem quatro tipos de plasmódio. Aquele que sozinho pode causar malária fatal é o Plasmodium falciparum. No entanto, estudos recentes (ver notícias) mostram também o perigo do Plasmodium vivax.

As complicações graves relacionadas ao parasita Plasmodium falciparum são de ordem cerebral, causando uma diminuição da circulação cerebral, encefalopatia, convulsões, coma. Estas complicações podem ser fatais. Note também que dos mais de 3 milhões de viajantes, cerca de 6.000 deles sofrem de malária e 20 morrem.

Lembre-se que esta doença é mais perigosa para as pessoas de menor resistência, como crianças e mulheres grávidas.

Tratamentos

Existem medicamentos que previnem e/ou tratam a malária:

1.  Medicamentos que previnem a malária

A prevenção é feita conforme as zonas, indicada para viajantes. O seu farmacêutico, médico ou as policlínicas médicas irão lhe explicar mais precisamente sobre os medicamentos a serem tomados conforme o seu destino. Dependendo do plasmódio, pode haver resistencia à medicação, principalmente Plasmpdium falciparum. A quimioprofilaxia pode ter efeitos colaterais imporantes, pode ser ineficaz e pode agravar alguns sintomas.

– As quimioprofilaxias disponíveis são a cloroquina (P. vivax), a mefloquina, o atovaquona, a doxiciclina.

– Os sprays anti-mosquitos: a serem espirrados sobre o corpo. Mosquiteiros também podem ser utilizados desde o início da noite.

– A vitamina B1: sem comprovação cientìfica, esta última pode ser utilizada na prevenção (1 comprimido por dia). Esta vitamina é secretada na transpiração e  exerce um efeito repulsivo.

2.  Medicamentos tomados para o tratamento da malária

– Quinina: em caso de acesso de febre

– Os antibióticos ou antipalúdicos: mefloquina, doxiciclina, o atovaquona e o proguanil, o artemeter e a lumefantrina.

Fitoterapia

Na medicina tradicional chinesa a planta Artemísia (Artemisia annua) é usada por milhares de anos para tratar a malária.

Com razão, estudos recentes têm realmente comprovado a eficiência da Artemisia annua. A molécula ativa dessa planta é chamada artemisina. Esta molécula é feita hoje em forma de comprimido e é muitas vezes combinada com outros tratamentos para malária, para diminuir a resistência do parasita ao tratamento.

Na aromaterapia, os seguintes óleos essenciais podem ser interessante como profilaxia e tratamento da malária. São óleos essenciais de eucalipto polybractea cryptone, de eucalipto citriodora, pau-rosa ( Aniba rosae) e da seriguela. Os primeiros óleos essenciais são utilizados por via cutânea (para aplicação sobre a pele, principalmente em misturas). A aplicação destes óleos essenciais é na prevenção antes da partida, durante a estadia, e depois ao voltar para casa. O óleo essencial da seriguela, ao contrário, pode ser usado internamente.

Embora isso seja fitoterapia ou aromaterapia, não pratique automedicação. Sempre consulte um médico, pois a malária pode ser uma doença grave e só ele pode encontrar o melhor tratamento para sua situação. Assim, se houver qualquer febre suspeita depois de uma estadia em um país tropical, mesmo meses depois do regresso, consulte um médico.

Dicas

– Consulte um médico imediatamente, assim que uma febre alta ou outros sintomas sugestivos de resfriado surgir logo após uma viagem a um país em risco. Medicamentos prescritos antes da viagem, no caso de malária comprovada, só devem ser utilizados se nenhum médico puder ser consultado dentro de 12 horas. Apesar de fazer uso do tratamento, é necessário consultar um médico o mais rápido possível.

– A febre pode ocorrer meses após o retorno, porque o parasita pode permanecer latente no fígado por longos períodos. Após febre alta, é aconselhável falar sobre a viagem ao país tropical com um médico.

– É fundamental aderir as medicações prescritas para quimioprofilaxia, para garantir a sua eficácia. Em relação à mefloquina, é absolutamente necessário receber duas doses da droga antes da partida. Isso garante concentração sanguínea adequada do medicamento, e assim a ação eficaz. Além disso, ela também permite saber a tolerância do paciente em relação ao fármaco de modo a que ele não interrompa o uso durante a viagem. Se o paciente não tolerar bem, ele pode discutir com seu médico e utilizar outra droga.

– Os sprays contra picadas de inseto contendo DEET reduzem a eficácia do protetor solar, razão pela qual se recomenda aplicar o protetor solar primeiro e aguardar 30 minutos antes de aplicar o spray contra picadas de inseto.

Prevenção

– Tomando a quimioprofilaxia (medicamentos) se prescritos por um médico (ver medicamentos para prevenção).

 – Não exceda a dosagem: tomar uma semana antes da partida durante a estadia e continuar por 4 semanas após o retorno (se mefloquina).

Para a combinação Atovaquona + Proguanil, o uso começa um dia antes da partida e continua durante toda a estadia, sendo 7 dias após o regresso.

Se a doxiciclina foi prescrita, é absolutamente essencial se proteger do sol, como esta droga é extremamente fotossensibilizante. Recomenda-se também em países onde a exposição solar é importante. Esta droga é interessante em caso de resistência e intolerância a outros fármacos usados para quimioprofilaxia, infelizmente, não é recomendada para mulheres grávidas e crianças menores de 8 anos, devido a uma toxicidade existente para ossos e dentes.

– Use sprays repelentes de mosquitos (devem conter a molécula DEET, mais informações sobre os sprays contra picada de insetos).

– Use um mosquiteiro

– Cubra os braços e as pernas à noite (use roupas longas).

– Tomar vitamina B1 (não é cientificamente comprovada sua eficácia).

– Antes de comer, feche as portas e janelas da sala e use repelente de insetos. Esta medida é muito eficaz, mata os mosquitos que entrarem no quarto.

Fonte:
OMS, O Estado de S.Paulo, PNAS (DOI: 10.1073 / pnas.1721610115).

Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fotos: 
Fotolia.com

Atualização:
02.09.2021

Observação da redação: este artigo foi modificado em 02.09.2021

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