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Osteoporose

Definição

MineraisA osteoporose é uma doença que reduz a densidade e a massa dos ossos, falamos também em desmineralização óssea, nesta doença é possível observar também algumas mudanças na arquitetura do osso.
A conseqüencia é que os ossos tendem a se tornar cada vez mais frágeis, podendo levar a fraturas. A osteoporose é causada pela perda progressiva de cálcio e outros minerais dos ossos1.

Esta doença, cada vez mais freqüente entre a população, em particular devido ao seu envelhecimento, pode trazer sérios problemas de saúde pública e invalidar a vida do paciente. A zona dorsal e a região do quadril (colo do fêmur) são as mais perigosas e paralisantes para o doente.

O termo osteoporose significa, literalmente, “ossos porosos”.

A partir dos 35 anos de idade, mais tecido ósseo é destruído do que produzido. Como resultado, começamos a perder estrutura óssea naturalmente com a idade.

O problema da osteoporose não é a doença em si, mas as consequências, isto é, o risco de fratura.

Na osteoporose, mesmo uma pequena queda pode conduzir a uma fratura.

Epidemiologia

Estatísticas por gênero e idade

As mulheres geralmente são mais afetadas do que os homens por esta doença, principalmente as mulheres após a menopausa (por volta dos 50 anos). A partir desta idade, uma em cada três mulheres são afetadas pela osteoporose.
As mulheres compõem cerca de 80% das pessoas com osteoporose.
No entanto, os homens acima de 70 anos são frequentemente acometidos pela doença. Aos 50 anos, cerca de um em cada sete homens é afetado pela osteoporose.

Estatísticas mundiais e por país

– Estima-se que 200 milhões de mulheres em todo o mundo são afetadas pela osteoporose.

– Nos Estados Unidos, em 2020, cerca de 8 milhões de mulheres e 2 milhões de homens sofriam de osteoporose2.

Causas

Na mulher, a primeira causa da osteoporose é uma diminuição da expressão dos hormônios sexuais (em particular do estrógeno), desde a idade da menopausa. Falamos então em osteoporose pós-menopausa.

No homem, a osteoporose é freqüentemente ligada à idade. A partir dos 70 anos os ossos podem começar a ficar mais frágeis. É provável que isso esteja também relacionado a uma causa hormonal, neste caso, a diminuição da concentração de testosterona.

Tanto para o homem quanto para a mulher, a osteoporose pode ter um forte composto hereditário.

A osteoporose pode também ter outras causas, muitas vezes muito importantes, como:

– uma alimentação não adaptada e sobretudo pobre em cálcio (falta de consumo de produtos lacticínios) e em vitamina D.

– A utilização a longo prazo (tratamento de um ano ou mais) de medicamentos à base de cortisona ou de seus derivados na forma oral (em comprimidos). Outros medicamentos, além dos corticosteróides, aumentam o risco de osteoporose, tais como: antidepressivos, antiepilépticos, antidiabéticos e tratamentos usados durante a quimioterapia.
Terapias utilizadas para artrite reumatóide também podem enfraquecer os ossos.

– Pouca exposição ao sol (o sol sintetiza a vitamina D, que é essencial à boa absroção do cálcio pelo intestino).

– Sobrepeso e obesidade, o peso elevado coloca os ossos em maior risco, levando ao aumento do risco de osteoporose.

– O consumo de café, tabaco e álcool não é favorável, pois estes produtos podem favorecer a osteoporose.

– Problemas hormonais, especialmente na glândula tireóide. O excesso de hormônios tireoidianos é conhecido por causar perda óssea. Outras glândulas podem desencadear problemas osseos, como a glândula paratireóide e as glândulas supra-renais.

– Baixa densidade óssea.

– Certas doenças podem aumentar o risco de ser acometido pela doença: espondilite anquilosante, artrite reumatóide, diabetes, câncer de mama, algumas doenças que perturbam a absorção de nutrientes (por exemplo, cálcio).

– Uma estrutura corporal pequena (body frame em inglês). Com a idade, homens e mulheres com uma estrutura corporal pequena têm menor reserva óssea durante a osteoporose.

– Cirurgia gastrointestinal. Algumas cirurgias que reduzem o tamanho do estômago ou do intestino, como um bypass, podem diminuir a superfície de absorção de certos nutrientes, como o cálcio (importante para a prevenção da osteoporose).

Pessoas em situação de risco

– Mulheres
– Idosos
– Caucasianos e asiáticos
– Pessoas com casos de osteoporose na família
– Magros (constituição magra)
– Diabéticos
– Alcoólicos
– Fumantes
– Pessoas que sofrem de doenças de transtorno alimentar
– Pessoas sedentárias

Sintomas

A osteoporose geralmente se desenvolve silenciosamente, sem sintomas (assintomáticos), especialmente durante os primeiros anos de desenvolvimento. Isso significa que a pessoa não está ciente da evolução da osteoporose e, muitas vezes, é somente após um acidente (por exemplo, fratura) que a doença será claramente diagnosticada.

Os principais sintomas desta doença são:

– Fraturas na região dos ossos (geralmente do punho, do fêmur e das vértebras) cada vez mais freqüentes. Ler: fratura do quadril: aumenta a mortalidade em mulheres mais velhas

– Dores, principalmente na região das costas.

– Diminuição do tamanho

– Mudança de postura, a pessoa fica arqueada

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado na medida da densidade mineral óssea (DMO). Para medir a DMO, o médico usa um scanner que passa pelo corpo do paciente usando raios-X.

Como podemos ver no infográfico abaixo, durante a osteoporose, o osso assume a forma de uma matriz de favo de mel. Em outras palavras, o osso é mais poroso e com buracos maiores.

osteoporose-sintomas-criasaude

Ferramentas de avaliação
Existem ferramentas de avaliação de risco de fratura, que funcionam com um algoritmo, como o FRAX (https://www.sheffield.ac.uk/FRAX). Esta ferramenta desenvolvida em 2008 pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra, permite avaliar o risco de fratura do quadril em 10 anos. O uso de algoritmos como o FRAX pode ser muito útil para o médico e para o paciente, porque o diagnóstico de osteoporose não é exato. Em outras palavras, é importante levar em consideração vários fatores de risco (por exemplo, idade, histórico de fraturas …) antes de saber se deve iniciar ou não a terapia.

Tratamentos

Os tratamentos da osteoporose podem variar em função da causa e somente o médico poderá receitar o melhor tratamento após ter efetuado um diagnóstico.

1.  Na prevenção da osteoporose (em particular nas mulheres em pós-menopausa ou em outros grupos de risco):

– A reposição hormonal aumenta a massa óssea, leva à manutenção da saúde e à qualidade de vida da mulher. Entretanto, deve ser usada com muito cuidado e sempre com o acompanhamento do médico, pois aumenta a incidência de casos de câncer de mama e tromboembolismo.

A reposição hormonal pode ser de TRH, estrogênios e progestogênios, sendo a de TRH a mais recomendada (diminui o risco de fraturas em até 34%).

– O cálcio. Salvo exceção médica, como durante a gravidez, a ingestão diária recomendada (IDR) de cálcio em mulheres entre 19 e 50 anos é de 1000mg e para mulheres com mais de 50 anos é de 1200mg. A IDR do cálcio para homens com idades entre 19 e 70 anos é de 1000mg e para homens com mais de 70 anos é de 1200mg anos. É possível consumir cálcio por meio da alimentação (por exemplo, produtos lácteos, vegetais de folhas verdes, alimentos fortificados com cálcio) ou como suplemento alimentar.

Nos Estados Unidos, as mulheres com mais de 50 anos e os homens com mais de 70 anos devem consumir pelo menos 1200 mg de cálcio por dia.

– A vitamina D, também conhecida como vitamina D3 (cujo consumo cotidiano deve ser de 400 U.I. e até mesmo de 800 U.I. ou 1.000 U.I. para vários médicos), para obter com a alimentação (peixe), com a exposição ao sol de forma moderada com comprimidos mastigáveis de vitamina D (eventualmente combinados com o cálcio).

– Os MSRES ou moduladores seletivos dos receptores dos estrogênio (por ex: raloxifeno), indicados nas mulheres em pós-menopausa.

– Exercícios: Estudos demonstram que a prática regular de exercícios, principalmente os aeróbicos é importante para a manutenção da densidade mineral óssea e para o tratamento da osteoporose.

– Nas mulheres após menopausa, o uso de hormônios como o estrogênio, pode prevenir a osteoporose, reduzindo fraturas (por exemplo, do quadril). No entanto, tenha cuidado com um ligeiro aumento no risco de câncer de mama causado por essas terapias hormonais para algumas mulheres. Seu médico pode ajudá-la a descobrir se a terapia de reposição hormonal é apropriada ou não.

2.  No tratamento da osteoporose (curativo, uma vez que a osteoporose estiver confirmada):

– Os bifosfonatos aumentam a massa óssea na fêmur e coluna (alendronato, etidronato, risedronato, ibandronata), deve ser tomado em forma de comprimidos uma vez por semana ou por mês (conforme o medicamento).
Os bisfosfonatos ajudam a inibir a destruição óssea, preservar a massa óssea e aumentar a densidade óssea, conforme relatado pela Mayo Clinic. Estima-se que os bisfosfonatos reduzam o risco de fratura entre 30 e 50%, dependendo do tipo de fratura. Os efeitos colaterais dos bisfosfonatos podem incluir efeitos gastrointestinais (por exemplo, dor de estômago). Em casos muito raros (1 a 4 casos em 10.000 pessoas), os bisfosfonatos podem aumentar o risco de fratura do quadril e da mandíbula.

–  O cálcio e a vitamina D3 (cujo o consumo cotidiano de vitamina D3 deve ser de 400 U.I. ou até de 800 U.I. ou de 1’000 U.I. para inúmeros médicos), para utilizar em comprimidos mastigáveis, em pó ou comprimidos efervescente.

– A calcitonina diminui a reabsorção óssea (um hormônio tireoidiano) : a ser utilizado em spray nasal ou em forma de ampolas, mas eu uso requer uma série de cuidados.  Nos últimos anos, a calcitonina vem sendo menos indicada para o tratamento da osteoporose (especialmente pós- menopausa), principalmente por causa de alguns efeitos colaterais. Se for usada, é aconselhável a utilização de uma dose baixa e por um curto período de tempo.

– Os sais de flúor (por ex. fluorato de sódio), não são uma boa opção, pois apesar de aumentar a massa óssea não acarreta redução da incidência de fraturas, proporcionam osso de má qualidade, muito pouco resistente.

– Nos casos graves: uso possível da paratormônio (PTH), um hormônio que favorece a construção do tecido ósseo, pode ser prescrito pelo médico.

– O denosumabe. É um medicamento de origem biológica utilizado na osteoporose e também indicado para metástases ósseas. O denosumabe tem apresentação de injeção subcutânea.

Observação interessante: com um tratamento adaptado contra a osteoporose o risco de fratura cai pela metade.

Nos Estados Unidos, em 9 de abril de 2019, a FDA (autoridade reguladora de medicamentos) autorizou a comercialização do romosozumabe (romosozumabe), com a marca Evenity®. O romosozumabe é um anticorpo monoclonal do grupo dos inibidores da esclerostina para o tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Ele promove a formação óssea e, em menor grau, também inibe a reabsorção óssea. Os efeitos são baseados na ligação à glicoproteína esclerostina, que inibe a função, diferenciação, proliferação e sobrevida dos osteoblastos. A droga é injectada por via subcutânea uma vez por mês. A duração máxima da terapia é de 12 meses. Entre os efeitos adversos mais comuns possíveis estão a dor nas articulações e a dor de cabeça. Os resultados de um estudo clínico indicam um risco aumentado de eventos cardiovasculares graves sob romosozumabe.

Tratamentos alternativas

O melhor meio natural para prevenir e portanto retardar o aparecimento da osteoporose é  ingerir alimentos ricos em cálcio (queijo, leite, determinados legumes) e beber água mineral igualmente rica em cálcio. O objetivo é ter um consumo cotidiano de 1’000 mg (1gr) de cálcio ou mais (até 1’500 mg).

É também importante ingerir uma quantidade suficiente de vitamina D (vitamina D3), pois ela permite uma boa absorção do cálcio no intestino. Em geral na primavera e no outono, uma exposição normal ao sol (20 minutos de tempo em tempo) permite uma síntese suficiente de vitamina D (o sol ativa a síntese de vitamina D na pele). No inverno e em outros períodos de fraca exposição solar, é fortemente aconselhado ter uma alimentação rica em vitamina D que é encontrada em peixes ou gema de ovo.

Dicas

Coma alimentos ricos em cálcio como os produtos derivados de leite: leite, manteiga, queijo, iogurtes ou certos legumes (brócolis, funho)

– Beba bastante água mineral, pois ela é rica em cálcio.

– Pratique esportes (corrida, etc.) ou exercícios físicos (caminhada), pois isso exerce um efeito benéfico na diminuição e no retardo da osteoporose.

Um estudo científico espanhol, realizado pela Universidade Camilo José Cela, mostrou que fazer corridas a pé (running) possibilitava aumentar a densidade óssea ou, na pior das hipóteses, o nível do calcâneo, tal como demonstrou este trabalho de pesquisa. Os cientistas espanhóis igualmente mostraram que quanto mais quilômetros são percorridos, mais a saúde dos ossos aumenta.
Segundo esta pesquisa, determinadas práticas esportivas, tais como o levantamento de peso, a corrida a pé ou o salto em altura fortalecem qualitativamente os ossos e, particularmente, a densidade de mineralização. Este estudo foi publicado na edição de fevereiro de 2016 da revista especializada European Journal of Applied Physiology.

– Se você sofre de osteoporose, tome muito cuidado com as quedas, se previna para evitá-las (utilize calçados adequados, tenha uma boa postura, evite os pisos deslizantes, etc.) !

– Realize os movimentos corretamente e adote uma boa postura, especialmente nas costas. Exercícios mal executados podem agravar os sintomas. Se possível, chame um profissional para orientá-lo.

– Evite fumar e beber álcool em excesso.

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Fontes & Referências:    
Colégio Americano de Reumatologia (American College of Rheumatology – ACR), Mayo Clinic, Alta autoridade de Saúde– França (Haute Autorité de Santé – HAS), Universidade de Sheffield, pharmawiki.ch.

Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fotos: 
Adobe Stock

Atualização:
21.08.2021

Bibliografia e referências científicas:

  1. Livro em inglês: Mayo Clinic Guide to Arthritis, Managing joint pain for an active life. (Mayo Clinic Guia para artrose, Gerenciando a dor nas articulações para uma vida ativa), Lynne S. Peterson, 2020, Mayo Clinic
  2. Livro em inglês: Mayo Clinic Guide to Arthritis, Managing joint pain for an active life. (Mayo Clinic Guia para artrose, Gerenciando a dor nas articulações para uma vida ativa), Lynne S. Peterson, 2020, Mayo Clinic
Observação da redação: este artigo foi modificado em 21.08.2021

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