Herpes genital
O herpes genital é uma doença infecciosa sexualmente transmissível que pode ser causada pelo vírus HSV-1 ou HSV-2, sendo que o primeiro é mais prevalente nos casos de herpes labial. Não existem dados precisos sobre a incidência ou prevalência da doença, mas acredita que grande parte da população mundial esteja infectada com o vírus, entretanto, cerca de 60% dos pacientes não manifestam a doença. No Brasil, estima-se que de 10-12 milhões de pessoas sejam infectadas. A incidência maior se dá após os 18 anos ou em pacientes com vida sexual ativa.
A transmissão é feita através do contato sexual com uma pessoa infectada. Durante a gravidez, a mãe pode também transmitir o vírus para o feto.
Os sintomas iniciais são semelhantes à gripe, com febre, fadiga e dores. Logo após, há o surgimento de vesículas na região genital, anal, nas coxas ou nas nádegas. O diagnóstico pode ser feito pela observação dos sintomas ou também através de exames específicos, como cultura viral, exames de sangue e PCR.
O herpes genital pode levar a complicações como meningite e má formação do bebê, caso a mãe passe para o filho durante a gravidez.
Atualmente, não há uma cura definitiva para o herpes. O médico, entretanto, poderá indicar antivirais, como o aciclovir, nos estágios de surto da doença ou para prevenir recorrências.
Alguns óleos essenciais como de melissa, tomilho e manjerona podem auxiliar no tratamento. Medicamentos homeopáticos também são aliados, como por exemplo, Sepia e Grafites.
É importante que o paciente com herpes, durante as fases de recorrência, evite contato com outras pessoas para não transmitir a doença. A prevenção pode ser feita adotando alguns critérios, como o uso de preservativos durante as relações sexuais e limitação do número de parceiros.
Definição
O vírus penetra na pele através de pequenas fissuras na mucosa dos órgãos genitais propagando a doença.
A herpes genital faz parte das DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), outras DSTs importantes são, por exemplo, aclamídia e a AIDS.
Para todas as doenças sexualmente transmissíveis é importante respeitar algumas medidas de prevenção (o uso de preservativo, a fidelidade, a abstinência, principalmente durante surtos da doença).
A herpes genital é uma doença para vida toda, uma vez que o vírus causador não desaparece do corpo, no entanto pode permanecer oculto e latente nos linfonodos (gânglios). O vírus pode ressurgir em determinadas condições (>> ver tambémcausas herpes genital).
A herpes não é uma doença perigosa, exceto no caso de pacientes imunocomprometidos, os quais devem ser monitorados mais de perto (por exemplo, tratamento de maior duração) e no caso de mulheres grávidas.
As mulheres grávidas devem ficar atentas ao aparecimento de herpes genital, pois há o risco de transmitir o vírus para o feto através da placenta e provocar a morte do recém-nascido, se contaminado. Se uma mulher grávida é infectada com a herpes genital é preferível que seja realizada uma cesariana para evitar a contaminação do bebê além do possível uso de medicamentos (por exemplo, a base de aciclovir). Fale com o seu médico se você está grávida e sofre de herpes genital.
Note que algumas pessoas são portadoras vírus sem saber, pessoas infectadas com o vírus da herpes genital nem sempre apresentam sintomas, cerca de 60% das pessoas infectadas não desenvolvem sintomas, no entanto a pessoa é capaz de transmitir o vírus a um parceiro sem saber.
Este fenômeno torna difícil o controle da transmissão do vírus na população, porque é difícil identificar e tratar as pessoas que não sabem que são portadoras.
Epidemiologia
Aproximadamente 417 milhões de pessoas entre 15 e 49 anos estão infectadas com herpes genital (HSV-1), de acordo com dados da OMS lançados em novembro de 2015. De acordo com o relatório, as pessoas afetadas estão principalmente nas Américas, na Europa e no Pacífico Ocidental.
Causas
O vírus não sobrevive muito tempo fora do corpo humano, por isso a transmissão se dá apenas pelo contato entre pessoas, não sendo possível se contaminar em banheiros, com toalhas e outros objetos.
É importante ressaltar que a transmissão também pode acontecer de mãe para filho, caso a mulher contraia herpes genital durante a gestação. No caso da paciente ter herpes genital ativa durante o parto, opta-se por cirurgia cesariana, para reduzir o risco de infecção do bebê.
Grupos de risco
Um estudo publicado em 2009 na revista New England Journal of Medicine constatou que homens circuncidados correm menos risco de contrair o virus HSV2. Os cientistas, entretanto, ressaltam que a circuncisão não garante proteção total contra o vírus e não substitui o uso de preservativos durante as relações sexuais.
Sintomas
Em um primeiro momento a herpes genital provoca uma primo-infecção, trata-se da primeira erupção que dura em torna de 2 a 3 semanas, esta primo-infecção é geralmente a mais difícil e mais dolorosa das fases de ferimento. Os sintomas típicos podem ser:
– Uma primeira fase com sintomas próximos aos da gripe: febre, dores musculares, dor de cabeça e fadiga são frequentemente um sinal de início de herpes genital.
– Em seguida (horas ou até dias depois), há o surgimento de vesículas na região genital, anal, nas coxas ou nas nádegas. As vesículas se assemelham a pequenas bolhas repletas de líquido. Atenção: este líquido é muito contagioso, pois se encontram todos os herpes, portanto tome cuidado quando tiver relações sexuais, é aconselhável uma abstenção temporária até que desapareçam os ferimentos ou a utilização de um preservativo. As vesículas herpéticas normalmente não deixam nenhuma cicatriz e somem após formar uma crosta.
– Sensação de ardência, queimação e dor (por exemplo na hora de urinar) nas partes genitais (região genital, anal)
– As vesículas de herpes genital estão quase sempre localizadas, como seu nome indica, nas partes genitais, no entanto, elas podem se espalhar a outras partes do corpo (lábios, olhos, etc)
Após a primo-infecção, a herpes pode reaparecer novamente através de outras erupções (reincidências), devido a certos fatores desencadeadores. Fatores que podem ativar o vírus e causar uma reincidência são:
– Estresse.
– Menstruação.
– Supressão do sistema imune, como em pacientes com HIV ou sob tratamento com quimioterapia.
– Cirurgia.
– Fadiga.
Os sintomas são geralmente semelhantes aos da fase de primo-infecção, porém com menor intensidade. A freqüência destas erupções pode variar de pessoa para pessoa. Em alguns casos, a infecção pode acontecer mesmo sem sintomas aparentes.
Diagnóstico
Normalmente o diagnóstico é realizado observando os sintomas do paciente e sua história clínica. Adicionalmente, alguns testes podem ser feitos para confirmar a etiologia da doença. Dentre eles:
– Teste de cultura viral: esse teste é feito com uma amostra do tecido e pesquisa-se o tipo de vírus nele.
– Teste de sangue: no exame de sangue, verifica-se a presença de anticorpos anti-HSV.
– Teste PCR: neste exame, verifica-se o DNA do vírus para confirmar se realmente trata de uma infecção por HSV ou não.
Outros exames podem ser requeridos caso o médico suspeite de co-infecção com outras doenças sexualmente transmissíveis.
Complicações
Algumas complicações podem acontecer com o paciente com herpes genital. Dentre elas:
– Aumento do risco de se contrair outras doenças sexualmente transmissíveis.
– Risco de infecção do bebê no caso de mulheres gestantes. A infecção no recém nascido pode causar danos cerebrais, cegueira e até morte.
– Meningite, que pode acontecer se o vírus atingir as meninges (membranas que recobrem e protegem o cérebro).
– Problemas no fluxo urinário e também infecção urinária.
– Infecção retal, chamada de proctite.
Tratamentos
Infelizmente, hoje em dia ainda não é possível eliminar o vírus da herpes, e curar a doença por completo apenas com remédios, entretanto é possível limitar o seu desenvolvimento e agir sobre os sintomas desde a primo-infecção ou durante as erupções.
O medicamento mais utilizado é o de principio ativo a base aciclovir, a ser tomado em comprimidos ou a aplicar em creme sobre as vesículas.
Existem também outras moléculas, como o ganciclovir, famciclovirou ainda o valaciclovir. Todos esses medicamentos estão disponíveis sob prescrição médica nas farmácias, portanto converse com o seu médico, pois somente ele poderá lhe prescreve o tratamento adequado. Em caso de herpes genital leve, por exemplo, entre as erupções, cremes ou sprays anti-sépticos permitirão secar ou desinfetar as pequenas lesões.
O médico pode recomendar os medicamentos apenas quando o paciente estiver com os sintomas do herpes, ou seja, com erupções bolhosas, febre, etc ou ainda para prevenir novas recorrências.
Vale ressaltar que tomar altas doses de antivirais, como o aciclovir (800 mg por dia) ou valaciclovir (1 g por dia), não impede a transmissão do vírus para um parceiro sexual. De acordo com um estudo publicado no início de 2012 pelo periódico “The Lancet”, o uso de antivirais não reduz completamente a carga viral e nem a transmissão do vírus às pessoas não contaminadas.
Fitoterapia
Óleos essenciais de plantas como melissa, tomilho, manjerona e junípero também possuem ação antiviral contra o vírus do herpes.
Estudos mostram que extratos das plantas Clinacanthus nutans eTanacetum vulgare também têm ação antiviral contra cepas HSV-1 e HSV-2. Além disso, diversas outras ervas têm sido estudas por sua ação contra a doença. É sempre importante que antes do uso de qualquer medicamento, um médico seja consultado.
Dicas
A primeira dica é consultar um médico assim que notar algum sintoma do herpes genital. Em seguida, leia abaixo algumas outras dicas que podem lhe ser uteis.
– Durante a erupção de herpes (primo-infecção ou reincidência) deve-se evitar qualquer relação sexual. Se isso não for possível, o uso de um preservativo é imprescindível. Ressaltamos que algumas lesões podem ocorrer em partes não protegidas pelo preservativo, o que pode levar à transmissão do herpes ao seu parceiro/a.
– Não coce as lesões e, sobretudo, evite qualquer contato com os olhos (há a possibilidade de desenvolver herpes ocular). Por medida de precaução lave suas mãos com freqüência.
– Tente entender bem as causas que podem desencadear a doença e tente limitá-las ao máximo. Os fatores desencadeadores podem ser: o estresse, a fadiga, dentre outros.
– Se estiver grávida e for portadora de herpes genital, consulte o seu médico para evitar quaisquer complicações ao feto.
– É inútil o uso de antibióticos para tratar a herpes (genital ou labial), que é uma doença provocada por um vírus. Lembramos que os antibióticos são eficazes apenas contra as bactérias e não contra os vírus.
– O herpes genital pode ser um sofrimento psicológico para sua vida sexual e para sua própria confiança, portanto não hesite em falar com um médico para encontrar um bom tratamento e o apoio necessário. Não se culpe.
Prevenção
As formas de prevenção do herpes genital valem para outras doenças sexualmente transmissíveis. É importante evitar contato sexual com alguém contaminado com o vírus quando estiver em um surto herpético. Algumas dicas incluem:
– Limitar o número de parceiros;
– Evitar contato sexual ou tocar nas áreas genitais caso o/a parceiro/a esteja em um surto de herpes.
É sempre importante ter uma comunicação aberta com o seu parceiro para evitar qualquer forma de contágio.
Redação:
Xavier Gruffat (farmacêutico)
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Atualização:
22.01.2020