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Erva-de-São-João

Resumo

Erva-de-São-JoãoPlanta medicinal utilizada para tratar os casos de depressão leve a moderada, pode ser encontrada em forma de cápsulas, comprimidos ou infusão (chá).

Nomes

Nome em português: erva-de-São-João, hipérico, Hypericum perforatum, erva-pessegueira, pipnicão, bel-furada, piricão, pirão, hipiricão
Nome binomial: Hypericum perforatum L.
Nome francês: millepertuis, Herbe de la Saint-Jean, herbe-à-mille-trous
Nome inglês: st John’s wort
Nome alemão: Johanniskraut
Nome italiano: iperico, erba di San Giovanni

Família

Hyperaceae

Constituintes

Hipericina, hiperforina (no início das interações, privilegie preparações com baixo teor de hiperforina, ler igualmente o item Interações, abaixo), flavonóides.

Nota :
Estima-se agora (2020) que todos os ingredientes ativos da erva de São João, em sinergia, atuam como antidepressivos e não apenas como hipericinas, como foi assumido em particular durante os anos 2000 e parte da década de 2010. Por outras palavras, toda a planta da erva daninha de São João actua contra a depressão ligeira a moderada.

Partes utilizadas

Sumidades floridas (flores de erva-de-São-João), óleo de erva-de-São-João.

Efeitos da erva-de-São-João

Em uso interno (comprimidos, cápsulas, infusões):
Antidepressivo (para o estágio leve a moderado da depressão), ansiolítico.

Em uso externo (pomadas, óleo):
Desinfetante, agente antiviral, antibacteriano e cicatrizante.

Indicações

Em uso interno (comprimido, cápsula):
Em caso de estado de depressão leve a moderada, síndrome pré-menstrual  (ou tensão pré-menstrual)enurese noturna com causas psicológicas.

Observação: Em geral, a duração do tratamento é de 4 a 6 semanas, no mínimo. O efeito ocorre na maioria das vezes somente após 10 dias da primeira tomada do medicamento.

Em uso externo:
Em caso de feridas, pequenas queimaduras, ciático, nevralgia.

Erva-de-São-João

Efeitos secundários

Aumento significativo da temperatura corporal e pressão arterial risco de hipertensão). Outros possíveis efeitos secundários: ansiedade, ataques de pânico, sonolência, vômitos, amnésia e agressão. [fonte: Universidade de Adelaide, na Austrália, comunicado à imprensa de 01 de julho de 2015 sobre um estudo a respeito do hipérico]

Contra-indicações

Alergia, lactação e gravidez. Depressão grave. Leia a bula da embalagem.

Interações (em uso interno)

A erva-de-São-João (um indutor de enzima) pode interagir com muitos medicamentos e reduzir a sua eficácia, mais especificamente diminuindo a concentração de medicamento no sangue. Os medicamentos afetados por esta interação geralmente são: anticoagulantes orais, contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais), teofilina, ciclosporina, os imunossupressores, derivados digitálicos, antivirais tais como indinavir e outros medicamentos contra o HIV, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) com um risco potencial de sofrer uma síndrome de serotoninérgica fatal, etc.

É preciso saber que é a hiperforina (um princípio ativo da erva-de-São-João ou hipericão) a responsável pela maioria destas interações. Seria importante privilegiar preparações com teor nulo ou muito reduzido de hiperforina. No entanto, estudos demonstraram que os extractos da erva-de-São-João com baixo teor de hiperforina (< 1 mg de hiperforina por dose diária) não apresentam interacções farmacocinéticas clinicamente relevantes, tal como referido pelo site de referência de medicamentos suíço pharmavista.net em Fevereiro de 2020.

Fale com o seu médico ou farmacêutico para obter mais informações sobre essas interações. Por favor, leia a bula na compra de remédios a base de erva-de-São-João.

Preparações

Em uso interno
– Comprimidos, cápsulas à base de erva-de-São-João (por ex. 100 mg de extrato seco de Hypericum perforatum, equivalente a 0,30 mg de hipericina)

Infusão de erva-de-São-João

– Tintura de erva-de-São-João
(Para adicionar 2 a 3 gotas em água quente ou em um chá de melissa quente)

Maceração de erva-de-São-João

Em uso externo
– Creme de erva-de-São-João

– Óleo essencial de erva-de-São-João

Onde cresce a erva-de-São-João?

A erva-de-São-João cresce em inúmeras regiões onde o clima não é muito rude. Ele cresce nos campos, e nas montanhas. A erva-de-São-João é originária da Europa.
Esta planta aprece especialmente os locais ensolarados.

Quando colher a erva-de-São-João?

As flores de erva-de-São-João são colhidas durante o verão.
A erva-de-São-João tem este nome por causa de seu florescimento, na Europa e na America do Norte, perto da festa de São João em 24 de junho.
É aconselhável colher as flores da Erva-de-São-João (hipérico) por volta do meio-dia, para garantir quantidades elevadas de principios ativos.

Plante você mesmo!

A erva-de-São-João é uma planta invasora. Esta espécie não é adequada para o cultivo em vasos. Podar severamente as plantas no início da primavera, pouco antes do início da vegetação.

Observações

– O uso médico da erva de São João como agente psicoterapêutico é conhecido há mais de 2500 anos. Desde cerca de 1985, erva de São João tem sido usado no tratamento da depressão leve e moderada e é agora um importante remédio em psicoterapia1.

– Às vezes ouvimos que a erva-de-São-João consumida na forma de cápsula ou comprimido pode causar efeitos colaterais na pele devido à exposição ao sol, isso não é verdade quando usada na dose terapêutica, porem pode ocorrer excepcionalmente para a pele muito claras.

Somente quando utilizada em altas doses, alergias e reações ao sol podem ocorrer. Você pode se expor aos raios UV sem problemas, mas é claro que aplicando protetor solar para prevenir  certos problemas de saúde (queimaduras solares, câncer de pele).

– Em sua indicação para o tratamento de depressão leve a moderada este fitoterápico é muito eficaz, tanto quanto outros medicamentos chamados de químicos ou sintéticos (os estudos clínicos comprovam). Em 2009, pesquisadores selecionaram 29 estudos clínicos e concluíram que o hipérico (Erva-de-São João) foi mais eficaz do que o placebo em casos de depressão leve a moderada, e tão eficaz quanto antidepressivos convencional (químicos), mas com menos efeitos colaterais. Este estudo foi publicado online em 24 de julho de 2009 na revista científica Evidence-Based Mental Health (DOI: 10.1136/ebmh.12.3.78).
A vantagem do hipérico seria principalmente devido ao baixo risco de interações com outros medicamentos, por isso provocaria menos efeitos secundários (em comparação com antidepressivos químicos). No entanto, um estudo australiano publicado em julho de 2015 questionou esta visão. De acordo com pesquisadores da Universidade de Adelaide na Austrália, o hipérico causaria tantos efeitos colaterais quanto à fluoxetina, um antidepressivo químico muito utilizado. Este estudo australiano foi publicado online em 19 de maio de 2015 na revista Clinical and Experimental Pharmacology and Physiology (DOI: 10.1111/1440-1681.12424).

– Na França, a erva-de-São-João não pode ser vendida para a indicação específica de casos de depressão, devido ao seu alto risco de interação. No Canadá e Suíça, este medicamento está disponível para venda livre (OTC, sigla em inglês de over-the-counter, que significa sobre o balcão), ou seja, não é necessário ter uma prescrição médica para comprar este produto. Na Alemanha, medicamentos a base de erva-de-São-João para a depressão necessitam de prescrição médica.

– Estima-se que a erva-de-São-João é a planta medicinal mais utilizada em todo o mundo para lutar contra a depressão leve à moderada.

– O nome da espécie perforatum  do nome científico Hypericum perforatum vem do latim e significa perfurações. De fato, as folhas da Erva-de-São-João (hipérico) possuem muitas perfurações que permitem a entrada de luz. Cientificamente, estes pequenos “buracos” não são de fato buracos, mas sim glândulas translúcidas.

Fontes:
Evidence-Based Mental Health (DOI: 10.1136/ebmh.12.3.78), i.mail-Offizin n° 4 – 2020, Clinical and Experimental Pharmacology and Physiology (DOI: 10.1111/1440-1681.12424).

Redação:
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Ultimo update:
29.06.2020

Fotos

Erva-de-São-JoãoErva-de-São-João

Bibliografia e referências científicas:

  1. i.mail-Offizin No. 4 2020, uma revista publicada pela Universidade de Basileia na Suíça
Observação da redação: este artigo foi modificado em 03.05.2021

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