Soja
Resumo
Planta que pode ser utilizada contra os sintomas ligados à menopausa, graças ao seu teor em fitohormônios. Ela é muitas vezes apresentada em forma de cápsulas.
Nomes
Nome em português: Soja, isoflavona de soja
Nome binomial: Glycine max (L.) Merr., 1917
Nome francês: Soja, soya
Nome inglês: soya (bean)
Nome alemão: Soja
Nome italiano: soia
Família
Fabáceas
Constituintes
Fitohormônios (isoflavonas de soja), genisteína, fosfolipídios.
Partes utilizadas
Germes
Efeitos da soja
Em uso interno (em comprimidos)
Reguladora hormonal graças aos fitohormônios (a compreensão do mecanismo reacional necessita de mais pesquisa).
Em uso externo (em creme,.. )
Efeito hidratante do óleo de soja.
Indicações
Uso interno (em comprimidos ou em forma de alimentos)
Sintomas ligados à pré-menopausa, menopausa, colesterol, endometriose.
Em prevenção
Segundo um estudo (março de 2007), as mulheres que consomem regularmente produtos à base de soja têm de 3 a 4 vezes menos chances de riscos de ataque ou crise cardíaca.
Em uso externo (em creme,…)
Pele seca (em forma de óleo de soja).
Efeitos secundários
Leia a bula e peça conselhos a um especialista.
Contra-indicações
Câncer de mama, gravidez, amamentação, crianças. Leia a bula ou folheto imformativo e procure aconselhamento especializado.
Interações
Leia a bula e peça conselhos a um especialista.
Preparações à base de soja
– Cápsulas à base de soja
– Gel vaginal à base de soja
– Creme ou loção à base de soja
Onde cresce a soja?
A soja cresce melhor na Ásia e em zonas temperadas, especialmente em regiões subtropicais. Atualmente a soja é cultivada em grandes quantidades principalmente nas Américas (Brasil, Argentina e Estados Unidos). Você deve saber que esta planta não tolera baixas temperaturas, como é o caso na Europa continental, e é por isso que cresce principalmente em áreas subtropicais, como no norte e nos famosos Pampas (área ampla no o oeste e sul de Buenos Aires) argentinos ou no Estado de Mato Grosso do Sul no Brasil.
A soja é nativa da Ásia e foi cultivada pela primeira vez na Grécia. Ela pode crescer até 2 metros de altura.
Observações
– Uma alimentação à base de soja exerce um efeito favorável sobre os sintomas da menopausa e da pré-menopausa. De fato, a soja (que encontramos no tofu, por exemplo) é composta de fitohormônios, mais precisamente de isoflavonas, moléculas que têm quase o mesmo efeito que os estrógenos e podem exercer um efeito benéfico sobre os sintomas da menopausa e até mesmo sobre as suas conseqüências em um longo prazo, tais como as doenças cardiovasculares e a osteoporose.
Um estudo publicado em 21 de junho de 2016, na revista especializada JAMA, mostrou que a utilização de plantas medicinais como soja, cimicífuga, trevo vermelho, determinadas plantas da medicina tradicional chinesa ou moléculas provenientes de plantas como as isoflavonas que são fitoestrógenas estava associado a uma modesta diminuição na frequência de ondas de calor e de falta de lubrificação vaginal em mulheres na menopausa. Em contrapartida, o efeito dessas plantas ou remédios naturais na sudorese noturna era insignificante, segundo os pesquisadores.
Este trabalho de pesquisa realizado notadamente pela Erasmus University Medical Center, em Roterdã (Países Baixos), analisou mais de 60 pesquisas publicadas sobre este tema, totalizando mais de 6.00 mulheres.
– Em uma edição especial de julho de 2020 da revista francesa Science & Vie sobre plantas medicinais, que estudou a eficácia de 77 plantas medicinais, a soja foi considerada uma planta com eficácia provável e não comprovada contra os sintomas da menopausa: ondas de calor, secura vaginal ou suores noturnos. Para chegar a esta conclusão, os jornalistas da S&V se basearam principalmente em um estudo da Cochrane sobre soja publicado em 2013, que chegou a efeitos modestos da soja durante os sintomas da menopausa.
– O papel benéfico da soja para a prevenção e/ou o tratamento dos sintomas da menopausa provêm de uma constatação feita sobre as mulheres asiáticas (Japonesas,…) que se alimentam de muita soja durante toda a vida. De fato, essas mulheres têm menos sintomas ligados à menopausa do que as mulheres ocidentais, por isso o interesse e a sugestão para as mulheres da Euopa, Estados-Unidos e América Latina de comerem mais soja.
– Mais dois pontos a ressaltar demonstram uma certa prudência sobre esse assunto: primeiro, pode se tratar de fatores genéticos que caracterizam as mulheres asiáticas e sua melhoria na saúde geral no período da menopausa. Além disso, estas mulheres têm uma alimentação à base de soja desde a infância, sendo assim, será que se uma mulher ocidental que se alimentar de soja somente na menopausa (isto é, somente após uma certa idade) terá os sintomas desta influenciados positivamente? A resposta permanece em aberto, no entanto, a soja pode ser considerada um alimento saudável e ao menos que haja um abuso desta, ela não lhe fará nenhum mal, pois exerce um papel favorável sobre o colesterol.
– A soja ajuda a prevenir o câncer de mama em mulheres que nunca sofreram desta doença e também ajuda a reduzir o risco de recorrência em mulheres já afetadas por esse tipo de câncer.
A soja, rica em isoflavonas, deve idealmente ser consumida na forma de alimentos como tofu ou tempeh orgânico, evitar cápsulas ou suplementos alimentares que não têm o mesmo efeito.
Um estudo chinês mostrou que as mulheres com histórico de câncer de mama que consumirem 11 gramas de proteína de soja por dia podem reduzir o risco de morte e recorrência em cerca de 30%.
– A isoflavona-da-soja está na lista de remédios oferecidos no SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil.
– A soja é uma semente oleaginosa. Ela desempenha um papel muito importante na cultura culinária de alguns países asiáticos, como no Japão com alimentos como o tofu, daizu ou shoyu.
– Na medicina tradicional chinesa, a soja é especialmente utilizada contra febre, dores de cabeça e insônia.
– A soja é um dos principais produtos de exportação dos dois principais países da América Latina, Argentina e Brasil. Nesses países, especialmente nos pampas argentinos e sudoeste do Brasil, há enormes áreas dedicadas à soja. Estas sementes são então exportadas para todo o mundo por via marítima, especialmente para a Ásia. A soja tem como principal objetivo alimentar o gado de produção de carne, mas também de aves. Sabemos que para 1 kg de carne, são consumidos cerca de 7 kg de grãos, como a soja.
Com a ascensão das economias asiáticas, incluindo a China, a demanda mundial de soja aumentou consideravelmente nos anos de 2000 a 2010. Enquanto isso tem contribuído para a riqueza de alguns agricultores, principalmente na América do Norte e Sul, o que é uma fonte de preocupação para os ambientalistas, porque a transferência de soja de um continente para outro tem um custo ecológico importante, pois o transporte é feito de caminhão das às áreas produtoras para o porto mais próximo (ex. Santos, no estado de São Paulo, no Brasil) e transferida por navio através dos oceanos.
Além disso, como acontece com qualquer cultura agrícola, o consumo de água é muito elevado e, especialmente na América do Sul, os campos de soja muitas vezes invadiram a floresta (ex. Amazônia) e outras terras protegidas como o cerrado brasileiro.
Também se deve notar que atualmente a maior parte da safra de soja vem a partir de sementes OGM (organismos geneticamente modificados). Nos EUA, estima-se que 85% da soja sejam a partir de OGM. Os OGM aumentaram o teor de nutrientes das sementes de soja e a produtividade das culturas. No entanto, os OGM não têm só as vantagens, uma das desvantagens é a total dependência dos agricultores na compra das sementes de soja de multinacionais que os comercializam, além de possíveis efeitos não desejáveis para a saúde que ainda estão sendo estudados.
Fontes:
Science & Vie
Redação:
Xavier Gruffat (farmacêutico)
Ultimo update:
20.03.2021