Infarto do coração
Definição
O infarto agudo do miocárdio (popularmente chamado de ataque do coração ou ataque cardíaco) ocorre devido à uma obstrução da artéria que vasculariza o coração, chamada de artéria coronária. O resultado desta oclusão é a morte do tecido do coração (necrose isquêmica), uma vez que este não é mais irrigado, mais “alimentado” com sangue rico em oxigênio. Quando uma pequena parte do coração é atingida, pode-se estabelecer uma insuficiência cardíaca. Por outro lado, se a necrose for significativa, ocorre uma parada cardíaca, muitas vezes fatal.
Os sintomas de um infarto do coração são muitos semelhantes aos da angina do peito. Mas durante o infarto, a circulação coronária está completamente parada, ao contrário da angina, no qual o fluxo sanguíneo coronariano é reduzido.
Em casos de infarto do coração, o objetivo é aliviar a dor, mas principalmente, salvar a vida do paciente. Uma vez que o paciente tiver melhorado, ele terá que seguir com uma administração de medicamentos adequada para prevenir complicações e recidivas.
Parentes também podem ser avisados para saber reconhecer rapidamente um início de infarto do coração, para agir rapidamente, e não apenas salvar a vida dos pacientes, mas também para prevenir as complicações de um infarto do coração.
Durante o infarto do miocárdio, a hospitalização de emergência ainda é necessária.
Epidemiologia
O infarto do coração é uma das principais causas de morte dos países desenvolvidos e sua ocorrência está muito ligada ao estilo de vida e dieta adotada pelos indivíduos. O infarto está associado a um grande número de mortes. Estima-se que no Brasil apenas metade dos infartados chegam com vida ao hospital. De acordo com dados do Ministério de Saúde, DATASUS, os números no Brasil são preocupantes:
– Estima-se que 25% das mortes no país são causadas por infarto;
– Cerca de 66.000 pessoas morrem por ano devido ao infarto;
– Entre 1998 e 2005 o número de internações por infarto aumentou 65%;
– Entre 1998 e 2003 o número de mortes aumentou 10%.
É importante ressaltar que o número de mulheres acometidas por infarto tem aumentado nos últimos anos. Outro fato alarmante é que as doenças cardiovasculares, como o infarto e o AVC, são a principal causa de morte no país, correspondendo a 33% do total de mortes. Em média, de cada 10 vítimas, 6 são do sexo masculino.
Causas
A principal causa de infarto do miocárdio é a trombose coronariana de um músculo do coração. A artéria do coração é completamente bloqueada, não podendo levar sangue para o coração. O músculo cardíaco não é irrigado em algumas áreas, o tecido morre e torna-se necrótico.
Os fatores de risco para o infarto do coração são divididos em fatores não modificáveis (idade, sexo, genética) e fatores de risco modificáveis (estilo de vida: obesidade, sedentarismo, hipertensão, diabetes,colesterol alto, alimentação, tabagismo e estresse).
Assim, melhorar os fatores de risco modificáveis do infarto do coração é parte de um programa de prevenção da doença.
Segundo um estudo australiano publicado em maio de 2014, o principal fator de risco que afeta o coração das mulheres com mais de 30 anos é a falta de exercício físico. Antes dos 30 anos, o principal fator de risco é o tabagismo.
Desaparecimento de um ente querido
O desaparecimento de um ente querido: na verdade, o risco de ter um ataque cardíaco (e um AVC) aumenta acentuadamente com o desaparecimento de um ente querido e diminui nas quatro semanas após a morte dessa pessoa, de acordo com um estudo publicado em Janeiro de 2012, nos Estados Unidos.
Esta pesquisa realizada com 1.985 adultos que sobreviveram a um ataque cardíaco mostra que após a morte de alguém próximo, o risco de um acidente cardiovascular é de 21 vezes maior que o normal, no primeiro dia após a notícia ruim e ainda quase seis vezes maior na primeira semana. Em seguida, esse risco continua a declinar acentuadamente durante o mês.
“Os enfermeiros e médicos, bem como as pessoas que estão de luto, possuem um maior risco de sofrerem um ataque cardíaco nos primeiros dias e semanas depois de saber da morte de ente querido”, explica o Dr. Murray Mittleman, cardiologista e epidemiologista da Faculdade de Medicina de Harvard (Massachusetts), um dos principais autores deste trabalho.
Gripe e infarto do miocárdio
A gripe pode, de forma surpreendente, aumentar o risco de um infarto do miocárdio. Verifica-se realmente um aumento durante a época da gripe (em geral no inverno), de cerca de 20 % nas doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio.
Embora as causas não sejam ainda completamente conhecidas, uma possível explicação apresentada por investigadores brasileiros, em março de 2012, poderá advir do fato de que o vírus da gripe promove rupturas do endotélio (tecido que envolve os vasos sanguíneos), que favorecem a formação da placa de colesterol e, deste modo, a acumulação de coágulos sanguíneos poderá provocar um infarto ou outras doenças cardiovasculares.
As pessoas com riscos cardiovasculares devem, por conseguinte, ser vacinadas contra a gripe, pois estima-se que esse gesto permite a redução de cerca de 30 % do risco de virem a sofrer um infarto do miocárdio.
Sono e o risco cardíaco
Diversos estudos dos EUA publicados em 2010 e 2012 mostraram que dormir menos do que 6 horas e mais do que 8 horas por noite pode aumentar o risco cardíaco incluindo o risco de desenvolvimento de infarto do miocárdio. Parece que uma média de sete horas de sono por noite pode ser uma ótima recomendação de prevenção contra o infarto do miocárdio. Sabe-se também que as pessoas que dormem 5 horas ou menos por noite têm risco muito maior de sofrer infarto do miocárdio. Na verdade, o grupo de maior risco, de acordo com esse estudo, são pessoas com menos de 60 anos que dormiam menos do que 5 horas por noite: o risco delas desenvolverem doenças cardiovasculares é mais do que o triplo comparado àquelas que dormiam sete horas.
Ainda não são exatamente claras as relações entre o sono e os distúrbios cardiovasculares.
O consumo de cálcio em excesso
O consumo excessivo de cálcio. Na verdade, um estudo alemão publicado em 2012 mostrou que mais do que 1g (ou 1.000 mg) por dia de cálcio como suplemento alimentar foi associado a um maior risco de sofrer um infarto do coração. Este estudo foi realizado com aproximadamente 24.000 pessoas durante mais de 10 anos e o risco de ataque cardíaco (infarto do coração) era 84% mais elevado em pessoas que tomam mais de 1,0 gramas de cálcio em comparação com aquelas que tomaram 1,0 gramas por dia ou menos.
Outro estudo publicado em 2010 pelo British Medical Journal (BMJ) já havia identificado esse risco. Segundo um estudo de 11 ensaios envolvendo 12.000 pessoas, tomar comprimidos de cálcio está associado a um risco aumentado da frequência cardíaca de aproximadamente 25 a 30%.
Tabagismo e risco cardíaco
Um estudo europeu divulgado em um congresso de cardiologia em Barcelona em setembro de 2014, envolvendo mais de 6.000 pacientes acometidos por infarto do coração em Berlim (Alemanha), mostrou que mais de três quartos das pessoas que sofreram um infarto cardíaco antes dos 55 anos eram fumantes.
Um estudo britânico publicado na revista especializada Heart em 29 de novembro de 2016 mostrou que todos os fumantes que participaram do estudo tinham um risco maior de sofrer de um ataque cardíaco quando comparados com aqueles que não fumavam. O risco foi particularmente elevado entre as pessoas com menos de 50 anos. Na verdade, antes dos 50 anos o risco foi 8,5 vezes maior em comparação com aqueles que não fumavam. Entre os 50 e 65 anos, o risco foi 5 vezes superior e aos 65 anos foi 3,5 vezes mais elevado. Este estudo britânico foi conduzido sob a direção do Dr. Ever Grech do hospital Norther com sede em Sheffield, Inglaterra. Eles analisaram dados de mais de 1.700 adultos que tiveram ataque cardíaco (infarto do miocárdio).
AINEs e infarto do coração
A ingestão de medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) tais como ibuprofeno, o diclofenaco, o celecoxibe ou o naproxeno. De acordo com a agência americana de medicamentos (FDA) que emitiu um comunicado em julho de 2015, os AINEs podem aumentar o risco de infarto do coração (e de acidente vascular cerebral). A FDA revisou vários estudos científicos para chegar a estas conclusões. A novidade deste trabalho de pesquisa norte-americano é que cada indivíduo que toma os AINEs, sem necessariamente ter risco cardiovascular, tem um risco aumentado de sofrer um infarto ou AVC. Em outras palavras, todo mundo está em risco. Este trabalho da FDA também descobriu que quanto maior a dose, maior o aumento no risco de infarto.
Clima (frio) e infarto do coração
O frio parece ser um fator de risco para o infarto do coração. Na verdade, um estudo sueco datado de 2017 mostrou que as variações sazonais podem influenciar no número de ocorrências de infarto do coração, com menor incidência no verão e maior no inverno. Este estudo foi apresentado em 28 de agosto de 2017 em um congresso europeu de cardiologia (European Society of Cardiology Congress) realizado em Barcelona, Espanha. De acordo com pesquisadores da Universidade de Lund e do Skane University Hospital, que realizaram este estudo, ambos localizados em Lund na Suécia, não está claro se o aumento nos casos durante o inverno é resultado direto de baixas temperaturas ou das mudanças de comportamento nesta época do ano. Este grande estudo observacional, durou 16 anos (de 1998 a 2013) e envolveu pacientes de todo o país (Suécia). Os cientistas basearam-se no banco de dados SWEDEHEART que registra casos de infarto do coração na Suécia, bem como dados meteorológicos do Swedish Meteorological and Hydrological Institute (SMHI). Durante o curso do estudo, os cientistas contaram 280.873 infartos do coração e em 99% dos casos os dados meteorológicos estavam disponíveis. Os pesquisadores suecos observaram que o número médio de infartos do coração por dia foi significativamente maior durante as temperaturas frias em comparação com as temperaturas mais quentes. Especificamente, o número de infartos do coração foi 4 vezes maior a uma temperatura diária média abaixo de 0 ° C do que a uma temperatura média acima de 10 ° C. Além disso, o número de ocorrências de infarto do coração aumentou com ventos rápidos, pouca luz do sol e alta umidade do ar.
Quando está frio, o corpo responde apertando os vasos sanguíneos superficiais, o que diminui a condução de calor na pele e, por consequência, aumenta a pressão arterial. Outras respostas ao frio incluem calafrios e aumento da frequência cardíaca, o que aumenta a taxa metabólica e aumenta a temperatura corporal.
Segundo o Dr. Moman A. Mohammad da Universidade de Lund, que foi o primeiro autor deste estudo: “Na maioria das pessoas saudáveis, esses mecanismos são bem tolerados, mas as pessoas com placas de aterosclerose em suas artérias coronárias podem sofrer ataques cardíacos “. O Dr. Mohammad ressalta, no entanto, que outros fatores podem influenciar indiretamente o aumento do número de infartos do coração no inverno, como a gripe ou as infecções respiratórias. Na prevenção, o cientista da Universidade de Lund sugere uma diminuição da atividade física no inverno e mudanças na alimentação poderiam ter um impacto favorável.
Grupos de risco
Isso é chamado de fatores de risco não modificáveis do infarto do miocárdio:
– Idade;
– Sexo;
– Hereditariedade;
Há também os fatores modificáveis que influenciam a ocorrência de um infarto do miocárdio. Estes fatores são:
– Sedentário;
– Alimentação;
– Tabagismo;
– Hipertensão;
– Diabetes;
– Stress
– Psóriase
– Insuficiência renal crônica
Idade e Sexo
De fato, as mulheres, por causa dos estrogênios (hormônios femininos) estão protegidas até amenopausa contra o infarto do miocárdio – o estrogênio possui um efeito protetor sobre as artérias coronárias. No entanto, após a menopausa, ocorre uma redução na produção de estrogênio, podendo as mulheres além dos 60 anos também sofrerem de infarto do miocárdio.
Segundo um estudo australiano publicado em maio de 2014, o principal fator de risco que afeta o coração das mulheres com mais de 30 anos é a falta de exercício físico. Antes dos 30 anos, o principal fator de risco é o tabagismo.
Hereditariedade
Há famílias de “cardíacos” que são mais propensos a terem um infarto do miocárdio. Essas pessoas devem prestar particular atenção ao estilo de vida para evitar um infarto do coração.
Sedentarismo
O sedentarismo favorece a obesidade, que então pode causar o surgimento de um infarto do miocárdio. Além disso, a pratica constante de atividades físicas leva a melhora da performance cardiovascular, o que acaba por prevenir o infarto.
Alimentação
As gorduras devem ser evitadas por causa do seu colesterol e das gorduras neutras (triglicerídeos). Estas gorduras consumidas em excesso, são depositadas progressivamente nas artérias, causando ao longo do tempo, a aterosclerose, que é a causa do infarto do miocárdio. Não é necessário parar de comer coisas gordurosas, mas deve-se limitar seu consumo.
Evite o álcool. No entanto, o vinho tinto tem um efeito protetor sobre os vasos sanguíneos do coração, mas deve-se tomar apenas de 1 a 2 taças de vinho tinto por dia!
Tabagismo
Não é só o fumo que prejudica a saúde dos fumantes, mas também representa um fator de risco a exposição ao fumo passivo.
Hipertensão arterial
A hipertensão arterial sobrecarrega as artérias. Isso provoca um alto risco de aterosclerose e, portanto, do infarto do miocárdio. Ao medir a pressão arterial, são realizadas duas medições, a medição das pressões sistólica e diastólica.
A pressão sistólica deve estar entre 120 e 140 (mmHg).
A pressão diastólica deve estar entre 80 e 90 (mmHg).
Note que uma medida no dia não significa muito, devido ao fato da pressão variar ao longo do dia. Se a pressão arterial ultrapassar os limites em várias ocasiões, falamos de hipertensão.
Diabetes
A diabetes é uma doença insidiosa, silenciosa e pode levar a várias complicações, tais como, aterosclerose e infarto do coração. Portanto, prevenindo-se a diabetes (tipo II), reduz assim os problemas cardiovasculares.
Sobrepeso – Obesidade
Deve-se levar em conta não somente o IMC (Índice de Massa Corporal), mas a circunferência abdominal também. O IMC, que é a relação entre o peso e a altura ao quadrado, deve estar entre 19 e 25, enquanto que a circunferência abdominal em mulheres não deve exceder 88 cm e, nos homens deve ser inferior a 102 cm.
IMC de 19 a 25: peso normal, situação ideal
IMC de 25 a 30: sobrepeso
IMC de 30 a 35: obesidade
IMC acima de 35: obesidade mórbida.
Estresse
O stress pode aumentar a pressão arterial e de repente ser um fator de risco para o infarto do miocárdio. Nós não estamos falando do stress “normal”, o que você sente antes de subir no palco, mas do stress vivido constantemente, causado por estresse psicológico e nervosismo diário.
Uso de drogas ilícitas
Drogas estimulantes, como cocaína e anfetaminas podem desencadear um espasmo de uma artéria coronária e provocar infarto do miocárdio.
Sintomas
O infarto do miocárdio é uma emergência médica absoluta, contate o quanto antes os serviços de atendimento de emergência em caso de sintomas ou sinais suspeitos.
Infarto do miocárdio silencioso
Um infarto do miocárdio pode se caracterizar por sintomas, mas essa não é uma condição imprescindível. Em cerca da metade dos casos de infarto do miocárdio, a pessoa não sente qualquer sintoma, falando-se igualmente de infarto do miocárdio silencioso ou de crise cardíaca silenciosa. Esta última pode igualmente ser fatal, em outros termos, mesmo sem a presença de sintomas clínicos (aprofundar a leitura a seguir) o infarto do miocárdio pode ser mortal.
O médico pode detectar um infarto do miocárdio graças a métodos de diagnóstico como o eletrocardiograma (ECG).
De acordo com um estudo americano realizado pelo Wake Forest Baptist Medical Center, nos Estados Unidos, envolvendo mais de 9.000 participantes, cerca da metade dos participantes não apresentou sinais clínicos no infarto do miocárdio. Ao procederem ao detalhamento, os cientistas observaram que cerca de 9 anos após o início da pesquisa, 386 participantes sofreram um infarto do miocárdio com sintomas clínicos e 317 passaram por uma crise cardíaca silenciosa (assintomática). Segundo os pesquisadores, sofrer uma crise cardíaca silenciosa aumenta para um fator 3 o risco de óbito decorrente de uma doença cardíaca. Este estudo igualmente mostrou que os homens têm mais frequentemente crises cardíacas silenciosas que as mulheres, embora elas provoquem mais óbitos junto ao sexo feminino. Este estudo foi publicado em maio de 2016, na revista científica de referência American Heart Association’s journal Circulation.
Sintomas de infarto do miocárdio (caso presentes)
Observação: aprofundar a leitura a seguir para compreender as diferenças entre os homens e as mulheres no tocante aos sintomas do infarto do miocárdio.
Um infarto do miocárdio pode ser percebido através de alguns sinais ou sintomas clínicos:
– dor violenta no peito
– dor que irradia em direção ao ombro e ao braço esquerdo
– dor que dura mais de 15 minutos, apesar de um repouso
– dor que persiste, apesar da ingestão de nitroglicerina
– angústia ou ansiedade
– dificuldade para respirar (com ou sem dor no peito). Este sintoma é mais frequente em pessoas com idade superior a 65 anos e junto aos diabéticos
– palidez
– náuseas e vômitos
– eventuais perdas de consciência
– transpiração excessiva
– batimentos cardíacos acelerados
– distúrbios digestivos
Surgimento e duração dos sintomas
Os sintomas podem durar de alguns minutos a algumas horas. Eles podem aparecer, desaparecer e surgir novamente.
Diferenças entre homens e mulheres
Nos homens, em 90% dos casos (quando os sintomas se manifestam), os sintomas do infarto do miocárdio são claros e se caracterizam especialmente por uma dor violenta e intensa no peito, que irradia para o braço e para o ombro esquerdo. Com frequência, ocorre forte transpiração.
Junto às mulheres, os sintomas do infarto do miocárdio são em 70% dos casos pouco marcantes ao nível da intensidade, manifestando-se igualmente na forma de dor nas costas, distúrbios do sono, dores no pescoço e na mandíbula, fadiga, queimação no estômago ou náuseas e vômitos. Esses sintomas pouco específicos são frequentemente confundidos com outras doenças.
Como sabemos que o infarto é uma emergência médica absoluta, cada minuto é fundamental para salvar a vida do paciente, as mulheres correm assim um risco superior em comparação aos homens neste momento crucial.
De acordo com um estudo inglês, as mulheres levam em média 12,5 minutos a mais que os homens para chegarem aos serviços de emergência após um infarto do miocárdio.
Além disso, estatisticamente as mulheres tendem a ter a um ataque cardíaco em média 10 anos após os homens e a desenvolver mais certas doenças associadas como a diabetes. A origem do ataque cardíaco em mulheres é menos associada a um estreitamento dos vasos sanguíneos, que pode ser tratado com relativa facilidade (por alargamento). Em vez disso, elas sofrem com mais frequência de doença arterial coronariana difusa. Nesse caso, a ablação local tem menos chance de sucesso.
Maior mortalidade em mulheres durante o ano seguinte ao ataque cardíaco
Um estudo publicado pela Technical University of Munich (TUM) descobriu que durante o ano seguinte ao ataque cardíaco, as mulheres possuem um risco de mortalidade significativamente maior do que os homens. Este risco, de acordo com os pesquisadores alemães, foi 1,5 vezes maior. Este estudo foi publicado em 20 de outubro de 2017 na revista científica PLOS ONE (DOI: 10.1371 / journal.pone.0186783).
Sintomas bem antes do infarto do miocárdio
Junto às mulheres, os primeiros sintomas ou sinais de um infarto do miocárdio podem se manifestar vários meses antes da crise. Segundo pesquisas, a maioria das mulheres se queixou de sintomas significativos até 12 meses antes da crise cardíaca. Estes sintomas são muito amiúde uma fadiga (inabitual), distúrbios do sono e dificuldade para respirar. Outros sintomas podem estar presentes, tais como formigamentos nos braços, dores, ansiedade ou ainda distúrbios digestivos.
No homem, alguns sinais podem anunciar uma cardiopatia, tais como disfunções eréteis, calvície precoce ou traços semelhantes a cicatriz no lóbulo da orelha.
Infarto do miocárdio, as reações que salvam
A rapidez na reação é o fator mais importante no salvamento de alguém acometido de um infarto do miocárdio. É preciso:
– rapidamente telefonar para o serviço de emergência
– informar o nome da pessoa em questão e a sua localização
– elevar a parte superior do corpo da pessoa em questão, com o auxílio de almofadas, por exemplo.
– ajudá-la a respirar, retirando tudo o que puder atrapalhá-la, tal como uma gravata.
– enquanto se aguarda o socorro, se a pessoa em questão estiver consciente. Recomenda-se fazê-la ingerir aspirina esmagada ou fazer com que ela a mastigue (dosagem de 325 mg para um adulto), salvo em caso de alergia a este medicamento ou de contraindicações. A aspirina ajuda a reduzir os danos ao nível do coração, causados pelo infarto. Aconselha-se consumir aspirina mastigável para acelerar a entrada do princípio ativo no sangue, mais eficaz que a ingestão de comprimido de forma clássica. A pessoa afetada pode igualmente consumir nitroglicerina, caso este medicamento tenha sido prescrito e recomendado por um médico.
– se a pessoa em questão ficar inconsciente, realizar uma reanimação cardiopulmonar (RCP, em inglês CPR). Enquanto se espera socorro, o serviço de emergência pode lhe orientar sobre a prática da RCP.
Diagnóstico
Eletrocardiograma (ECG)
O eletrocardiograma (ECG) diagnostica ou confirma o diagnóstico de infarto do coração. Na verdade, as ondas descritas no eletrocardiograma, características de um infarto, mostra a atividade anormal do coração.
O médico pode realizar uma angiografia, uma técnica de imagiologia médica para observar os vasos sanguíneos.
As análises biológicas
Através de exames de sangue é possível pesquisar por proteínas específicas no músculo cardíaco, os CPK MB e troponina I ou T, após 6 horas de ocorrência de um infarto do coração. Esta análise irá principalmente confirmar o diagnóstico. Nunca aguarde os resultados desta análise para iniciar o tratamento contra o infarto. De fato, durante um infarto do coração, o tempo trabalha contra o paciente. Temos de agir rapidamente para evitar as consequências da doença e salvar a vida do paciente.
Atenção, alguns testes cardíacos realizados regularmente, como a angiografia, nem sempre detectam o risco de problemas cardíacos ou infarto, especialmente entre as mulheres. É importante ir a um cardiologista ou médico com grande conhecimento do risco cardíaco feminino. Ao praticar algumas análises sanguíneas, além dos testes cardíacos tradicionais, o médico pode eventualmente identificar proteínas e enzimas específicas de distúrbios do músculo cardíaco.
Complicações
As complicações de um infarto do coração são:
– A ocorrência de insuficiência cardíaca;
– Problemas nas válvulas cardíacas;
– Ruptura de áreas enfraquecidas do coração (normalmente fatal);
– Tromboembolia pulmonar e sistêmica;
– Aneurisma cardíaco;
– A parada cardíaca;
– Morte.
Tratamentos
O tratamento do infarto do miocárdio é diferente na crise aguda e na prevenção de uma recidiva.
Crise Aguda do infarto do coração
Um infarto do coração é uma emergência médica. É sempre, necessário chamar uma ambulância, para que o paciente seja rapidamente atendido e seja levado ao hospital. Assim, quando alguém se queixa de dor no peito que irradia para o braço esquerdo e ombro, deve-se chamar imediatamente uma ambulância.
Depois de um eletrocardiograma, o médico dará ao paciente medicamentos de emergência. Em geral, o tratamento medicamentoso é feito com a administração de analgésicos, tranquilizantes para acalmar a ansiedade (diazepam) e injeção local de trombolíticos para dissolver o coágulo de sangue como aspirina e clopidogrel 300mg. O médico também utiliza derivados de nitratos que são antiarrítmicos.
Em seguida, é possível efetuar uma angioplastia. A angioplastia consiste na dilatação da artéria entupida, com a ajuda de um balão que infla. O médico coloca um stent, que é um objeto metálico que permite manter a estrutura da artéria, fazendo com que o sangue flua e irrigue o coração.
Tratamento básico após um infarto do coração
O médico irá prescrever como tratament aspirina, clopidogrel 75mg (antiplaquetário), ou heparina que impede a coagulação sanguínea (anticoagulante), um betabloqueador ou inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA) para diminuir a pressão sanguínea, e bem como as estatinas ou fibratos para prevenir o desenvolvimento de placas ateroscleróticas devido ao excesso de colesterol. Este tratamento irá prevenir a trombose e, portanto, a recorrência do infarto do miocárdio.
Além da medicação, será necessário reeducar o paciente, ou seja, corrigir os maus hábitos e dar noções de estilo de vida saudável. De fato, após um infarto do miocárdio, o coração fica enfraquecido, muitas vezes levando à uma insuficiência cardíaca. É possível dar digoxina para fortalecer o músculo cardíaco.
Deve-se considerar uma reabilitação alimentar com o estabelecimento de atividades físicas adequadas, geralmente sob supervisão médica. Na verdade, após um infarto do miocárdio, o coração não consegue mais trabalhar com a mesma intensidade de antes. Deve-se, portanto, não sobrecarregar o coração com atividades que exijam muito esforço.
Medidas cirúrgicas
Dicas
– Se o paciente fizer uso de muitos medicamentos, é possível realizar um planejador semanal, para auxiliar no cumprimento do tratamento, ou seja, garantir uma tomada adequada e regular da medicação;
– Além do tratamento medicamentoso, as mudanças no estilo de vida são recomendadas. Em um paciente que sofreu um infarto do coração, é necessário ver com seu médico as atividades físicas adequadas, pois o coração fica enfraquecido após um infarto do miocárdio. Portanto, não faça esportes bruscos ou que irão fatigar o coração.
É normal que o paciente que já teve um infarto tenha sentimentos de medo e suspeita, achando que terá um infarto a qualquer hora. É importante que, nesses casos, o paciente sempre se apóie na família e use corretamente a medicação indicada pelo médico. Não raro os pacientes podem sofrer de depressão após o infarto, com o medo de morte iminente. Programas de reabilitação cardíaca visam prevenir a depressão e melhorar a qualidade de vida do paciente após o ataque cardíaco.
Os programas de reabilitação cardíaca também visam fazer com o que o paciente perca o medo de fazer as atividades diárias normais, como exercícios físicos, trabalho e até mesmo, sexo. Muitos hospitais contam com esse tipo de apoio e aconselhamento que se baseia em medicação, mudanças no hábito de vida e acompanhamento emocional. Se você quer saber como participar desses programas, converse com um médico.
Exercício após infarto do coração
Depois de sofrer um ataque cardíaco, fazer muito exercício físico pode matar, como mostra um estudo americano publicado em agosto de 2014 no jornal “Mayo Clinic Proceedings”. O limite é de cerca de 150 minutos de esporte por semana ou 75 minutos de exercício vigoroso, ou seja, praticar esporte por mais de 150 min ou 75 min (intensivos) por semana aumenta a mortalidade em pacientes que sofreram um ataque cardíaco.
Estima-se que os pacientes com doença cardiovascular devem praticar 30 a 40 minutos de exercícios diários, quase todos os dias, mas não por mais de uma hora.
Prevenção
Uma vez que, existem fatores de risco modificáveis do infarto do miocárdio, é possível agir sobre eles. Lembre-se que os fatores de risco modificáveis do infarto do miocárdio são:
– Alimentação;
– Sedentarismo;
– Tabagismo;
– Hipertensão;
– Diabetes;
– Hipercolesterolemia;
– Estresse.
No que diz respeito a doenças como a hipercolesterolemia, diabetes ou hipertensão, se elas forem diagnosticadas, deve-se fazer um tratamento medicamentoso para trata-las. Para a hipercolesterolemia e hipertensão, uma alimentação adequada pode reduzir ambas as doenças, promovendo uma boa atividade cardíaca.
Um estudo francês publicado em setembro de 2011 mostrou que o vinho tinto tem efeitos benéficos em pacientes operados do coração. De fato, o consumo moderado de vinho tinto (1-2 taças por dia) melhora o fluxo sanguíneo, diminui os níveis de colesterol e aumenta o nível de antioxidantes em pacientes que sofreram um infarto do coração. O estudo foi realizado com o vinho Bourgogne de garde, rico em taninos e antioxidantes.
Obesidade, sobrepeso
A obesidade é medida pelo IMC, que fica entre 19 e 25. Assim, alguém medindo 1,65 metros, deve pesar no máximo 68 Kg.
Para fazer isso, é inútil acreditar em dietas da moda que reduzem o peso de uma só vez. Isso pode causar o efeito ioiô. O ideal é diminuir gradualmente a alimentação até que chegue ao peso ideal, para que esse seja mantido. Para isso, devemos prestar atenção à dieta, fazer exercícios regularmente e beber muita água.
Alimentação
Preconizamos também uma alimentação rica em frutas, legumes, e peixe ao invés de carne.
Uma alimentação respectiva à pirâmide alimentar evita o sobrepeso. Assim, devemos comer legumes, cereais e frutas e, devemos diminuir o consumir de carne, de manteiga (contém ácidos graxos saturados), de gema de ovo, vísceras e frutos do mar (ricos em colesterol).
Em uma pessoa com hipertensão, deve-se evitar o excesso de sal em sua comida, porque o sal tende a aumentar a pressão sanguínea.
Nunca devemos nos privar. A privação remove a alegria. Mas é preciso moderar o consumo de alimentos ricos em colesterol, ácidos graxos saturados e sal.
Sedentarismo – Atividade Física
Como qualquer coisa em excesso, a atividade física também pode ser prejudicial em excesso. Não se deve sobrecarregar e sim manter uma regularidade. Então, faça atividade física por 30 minutos três vezes por semana, que será mais benéfica que uma atividade de duas horas, uma vez por semana.
Tabagismo
O tabagismo é um fator de risco para as doenças cardiovasculares. É, portanto aconselhável parar de fumar. Para isso, existem muitas soluções, tais com
– Os adesivos de nicotina;
– Gomas de mascar com nicotina;
– Os inaladores de nicotina para manter o “gesto de fumar”;
– Os cigarros eletrônicos sem nicotina.
O risco de doença cardiovascular após o fumo desaparece completamente após cerca de 3-5 anos após a cessação do tabagismo. Seu corpo e o ambiente (tabagismo passivo) vão agradecer por esta sábia decisão.
É importante lembrar que as pessoas que fumam passivamente, ou seja, que estão no mesmo ambiente de fumantes e acabam inalando a fumaça, têm altas chances de desenvolverem infarto, pois esta fumaça é tão tóxica quando o próprio cigarro.
Estresse
Pratique esportes e exercícios de relaxamento que ajudam a reduzir o stress e contribuem para uma vida melhor. Um estilo de vida saudável também é aconselhável, com
– Sair, divertir;
– Tirar um tempo para si;
– Cerca-se de pessoas positivas;
– Cerca-se de livros que promovam o autodesenvolvimento;
– Manter uma alimentação saudável;
– Tirar um tempo para comer;
– Fazer caminhadas;
– Aprender a esvaziar e não guardar rancor, tristeza, saiber falar.
Sono e infarto do coração
Um estudo científico muito interessante publicado em 2010 diz que o indivíduo deve dormir 7 horas por noite para limitar o risco de infarto do miocárdio, nem mais nem menos do que 7 horas (porque em ambos os casos, o risco de infarto foi estatisticamente maior neste estudo).
Outro estudo publicado em 2012 também mostrou que pessoas que dormem menos de 6 horas ou mais de 8 horas por noite tinham um risco maior de desenvolver infarto do miocárdio. Leia também: causas de infarto do miocárdio
Fatores de risco não modificáveis
Sobre os fatores de risco não modificáveis (idade, sexo, história familiar), é essencial conhecer os fatores de risco e aproveitar as campanhas de rastreio existentes. O seu médico ou farmacêutico irá fazer perguntas certas e fazer o teste de diabetes, colesterol e pressão arterial, para uma primeira avaliação do risco de doenças cardiovasculares. Além disso, a circunferência abdominal, o peso e o IMC (Índice de Massa Corporal), também serão medidos. Considerando os resultados obtidos, a pessoa será orientada pelo médico, se necessário, iniciar um tratamento. Na verdade, a hipertensão, o colesterol alto e a diabetes são chamados de “doenças silenciosas”. Portanto, a detecção precoce, é essencial para tratarmos melhor essas doenças, e também para prevenirmos complicações cardiovasculares.
As mulheres graças ao estrógeno possuem menor risco de sofrer um infarto do coração. Esses hormônios femininos realmente oferecem uma boa proteção das artérias coronárias. Por outro lado, após a menopausa, há uma diminuição da produção de estrógeno, o que causa muitos inconvenientes, como o aumento do risco de infarto do coração e maior risco de osteoporose. Assim, as mulheres não devem deixar de também adotar regras e modificações no estilo de vida, para prevenir um infarto do coração.
Gripe e infarto do miocárdio
Como já foi abordada na parte das causas do infarto. As pessoas com riscos cardiovasculares devem ser vacinadas contra a gripe, pois estima-se que esse gesto permite a redução de cerca de 30 % do risco de virem a sofrer um infarto do miocárdio.
Consulte a seção das causas de infarto para mais informações sobre a ligação entre a gripe e o infarto do miocárdio.
O chocolate amargo tem efeito preventivo sobre infarto
Como vimos na seção de fitoterapia infarto do coração, o chocolate amargo pode ter um efeito interessante na prevenção do infarto do coração. Além disso, um estudo australiano publicado em Junho de 2012, confirmou os benefícios do consumo regular de chocolate amargo na prevenção do infarto do miocárdio. O consumo diário por mais de dez anos de 100 gramas de chocolate com ao menos 70% de cacau, poderia evitar 70 eventos cardíacos fatais e 15 não fatais dentro de uma população de 10.000 pessoas.
Fibras alimentares
Um estudo publicado no final de abril de 2014 por pesquisadores de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que a ingestão defibras aumenta o tempo de vida entre as pessoas que sofreram um infarto do miocárdio (ataque cardíaco). Os indivíduos com a ingestão de alimentos muito ricos em fibras viram seu risco de ter um ataque cardíaco e um acidente vascular cerebral diminuir em cerca de 25%, em comparação com aqueles que ingeriram pouca fibra. As fibras de cereais apresentaram uma diminuição do risco cardíaco mais significativo do que outros alimentos como as frutas.
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Referências:
PLOS ONE (DOI: 10.1371 / journal.pone.0186783).