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Sarampo

Resumo do sarampo

SarampoO sarampo é uma doença infecciosa, que pode provocar epidemias, especialmente nas crianças. No Brasil, uma parte da população não está totalmente vacinada (ou seja, não tomaram as 2 doses), o que causa epidemias de sarampo. O sarampo é uma doença infecciosa, que pode provocar epidemias, especialmente nas crianças. No Brasil, uma parte da população não está totalmente vacinadaEm certos locais, especialmente no Norte da Europa, a situação é oposta. Como exemplo tem-se o caso da Finlândia, cuja cobertura vacinal foi de 95% em 2006 e 2007 e nenhum caso de sarampo foi registrado. O Brasil deve atingir uma taxa de 95% de cobertura vacinal para erradicar a doença e ter o mesmo sucesso da Finlândia.

O sarampo é caracterizado geralmente por erupção cutânea e febre.

Quando o tratamento não é totalmente eficaz, o sarampo pode levar a complicações como encefalite (meningite), otite média, broncopneumonia e até cegueira (atingindo a córnea), como acontece em alguns países muito pobres da África. A doença é especialmente perigosa para mulheres grávidas.

O tratamento é baseado principalmente na redução dos sintomas. Como a doença é viral, os antibióticos não são a primeira linha de tratamento, mas podem ser prescritos pelo médico para prevenir infecções bacterianas, sobretudo as oportunistas. O descanso é uma medida importante.

A principal medida de prevenção e talvez a única é a vacinação. A vacinação é realizada em crianças pequenas de até 12 meses, com reforço antes dos 24 meses (as duas doses são necessárias para garantir a imunidade).

Vacinar seu filho é fundamental para garantir sua saúde, e também um ato importante para a saúde pública da sociedade que visa erradicar a doença.

Sem um programa importante de vacinação da população, há epidemias frequentes de sarampo.

Definição

O sarampo é uma doença infecciosa causada pelo vírus Mobili do tipo Paramyxovirus.  O sarampo afeta em geral as crianças e pode aparecer em qualquer época do ano, com maior prevalência no fim do inverno e início da primavera.

Por que o sarampo é tão contagioso?
O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas.
O vírus do sarampo penetra no organismo através do trato respiratório (aéreo), particularmente após tosse ou espirro da pessoa infectada. O contágio geralmente é feito por inalação de gotículas. Por serem gotículas minúsculas, elas podem permanecer suspensas no ar por até duas horas depois que a pessoa com sarampo deixou o local, de acordo com a Mayo Clinic. Isso significa que você pode contrair o sarampo, mesmo se não estiver em contato direto com uma pessoa infectada. Daí a importância da vacinação para prevenir o aparecimento de epidemias.
Em casos mais raros, o vírus também pode entrar pelos olhos.

A  doença se  caracteriza por erupções cutâneas e febre. Se não for bem tratado, o sarampo pode levar a sérias complicações, como encefalite (meningite), otite média e broncopneumonia.

A doença é particularmente perigosa para as mulheres grávidas, pois pode provocar aborto ou parto prematuro.

Estima-se que o sarampo foi descrito pela primeira vez no século IX, mas somente em 1963 que a vacina contra sarampo surgiu. (mais em: tratamentos).

Origem distante
Um estudo alemão publicado em junho de 2020 mostrou que o vírus do sarampo teria aparecido por volta de 500 aC em seres humanos, quando passaria de animais (bovinos) para seres humanos. Pesquisadores do Instituto Robert Koch, que realizaram este trabalho com base em análises genéticas, acreditam que uma alta densidade populacional em cidades antigas como Babylon (atualmente no Iraque) seria a causa da contaminação humana1.

Epidemiologia

– O número de casos de sarampo no mundo aumentou 30% ao longo de 2017 em comparação com 2016, de acordo com uma declaração da OMS datada de 29 de novembro de 2018. Em 2018, o número de casos de sarampo aumentou 10% em relação a 2017, de janeiro a novembro. A OMS lembra que o sarampo pode ser fatal com muitas complicações graves. A vacinação é o único método eficaz de prevenir a doença. Em 2017, a OMS registrou 190.000 casos de sarampo no mundo e 110.000 mortes, principalmente crianças. O número de casos reais de sarampo em todo o mundo em 2017, isto é, desconhecido da OMS, foi muito maior e estimado em cerca de 6,7 milhões.

Em novembro de 2016, a OMS informou que 400 crianças morrem por dia devido ao sarampo, principalmente em países pobres da África e Ásia.

Em setembro de 2016, a OMS relatou que o sarampo foi até agora erradicado do continente americano. Esta é a primeira região onde se conseguiu a erradicação do sarampo. Segundo a OMS, esta erradicação foi possível devido a intensos esforços de vacinação da população em todo o continente realizados nas últimas décadas, tanto na América do Norte como na América Latina. No continente americano, o último caso endêmico do sarampo foi em 2002. Desde 2002, outros casos foram observados no continente americano, em especial em 2014 no sul da Califórnia, mas foi uma espécie do vírus importado de outro continente.

No entanto, em julho de 2018, o jornal brasileiro Folha de S.Paulo informou que o sarampo estava novamente presente em 11 países do continente americano, incluindo o Brasil, com centenas de casos confirmados durante o primeiro semestre de 2018.

Antes da vacinação contra o sarampo ser implementada globalmente em 1980, cerca de 2,6 milhões de pessoas morriam a cada ano por causa desta doença infecciosa.

Casos de sarampo na Roménia
Em 2016 na Romênia, 8 bebês ou crianças pequenas morreram das consequências do sarampo. Em 2016, a Romênia registrou cerca de 1.700 casos de sarampo até 19 de dezembro de 2016. A maioria destes casos envolveram crianças com menos de 12 meses.
É por isso que as autoridades de saúde romena, em conjunto com a UNICEF e a OMS, sugeriram ou propuseram reduzir a idade da primeira vacinação contra o sarampo de 12 meses para 9 meses.

Causas

O vírus responsável pelo sarampo é o Morbillivirus pertencente à família dos Paramyxoviridae.

O homem é o único hospedeiro deste vírus, que é transmitido por via direta, ou seja, por propagação das gotículas ou por contato direto com as secreções do nariz e garganta de pessoas infectadas (tosse e espirros da pessoa como vírus).  A transmissão por via indireta (objetos tocados pelas pessoas infectadas) é rara devido à fraca sobrevida do vírus fora do hospedeiro.

O tempo de incubação da doença é de 8 a 13 dias (tempo entre a infecção e os primeiros sintomas da doença). É possível ser portador do vírus sem saber. A transmissão ocorre aproximadamente seis dias antes e quatro dias depois do surgimento das primeiras placas avermelhadas na pele.

Devido ao seu alto risco de transmissão e probabilidade de provocar epidemias, existe uma vacina contra a doença, que é combinada contra a rubéola, o sarampo e a caxumba, que são três doenças que afetam as crianças (vacina ROR – tríplice viral).

Uma vez adquirido, o sarampo confere ao doente imunidade para o resto da vida. É portanto, muito raro que esta pessoa contraia a doença novamente. A vacina também permite obter imunidade.

Grupos de risco

Os principais grupos de risco são:

– Pessoas ainda não imunizadas (freqüentemente crianças)

– Grávidas

– Pessoas imunodeprimidas

O sarampo é uma doença bastante contagiosa. Todas as pessoas que ainda não tiveram a doença ou ainda não foram vacinadas correm o risco de contraí-la. O vírus é transmitido com facilidade, principalmente em locais muito frequentados, como escolas, transporte público ou grandes espaços (shoppings, academias, etc).

A gravidade é ainda maior para as mulheres grávidas não imunizadas contra o vírus,  pois existe risco de aborto no primeiro trimestre e parto prematuro no 2º e 3º trimestres. Há também risco de malformação do feto durante toda a gravidez.

Nas pessoas imunodeprimidas existe um risco de complicações como pneumonia, por exemplo.

Sintomas

Uma vez que o vírus for contraído, o tempo de incubação é de 8 a 13 dias, como vimos na seção “causas do sarampo“. Os sintomas característicos são:

febre alta e brusca

rinite com escorrimento (coriza)

conjuntivite

tosse

– rosto inchado

– interior da boca apresentando pontos esbranquiçados

– perda de apetite

– erupção cutânea em forma de placas avermelhadas surgindo cerca de 3 a 4 dias após os primeiros sintomas, começando atrás das orelhas e indo para o rosto e para o tronco.

Estima-se que após uma semana a febre e a erupção cutânea diminuem, no entanto, a tosse pode durar de duas semanas ou mais.

Como é possível ver nas causas, os especialistas estimam que o sarampo ocorre apenas uma vez na vida, é muito raro pegar sarampo uma segunda vez.

Diagnóstico

O diagnóstico do sarampo é feito essencialmente através da presença de sintomas característicos da doença, mas também pode ser confirmado pela existência de anticorpos específicos contra o vírus, no caso de uma sorologia.

Complicações

Os sintomas do sarampo regridem em geral rapidamente, podendo deixar uma tosse persistente.

As principais complicações do sarampo são as infecções respiratórias oportunistas tais como a rinite purulenta, alaringite, a faringite, a otite e a bronquite. Às vezes, o sarampo pode provocar encefalite ou meningite (complicações neurológicas). No entanto, essas graves complicações são raras (por volta de 1 em 1000). A meningite é fatal porque destrói as células do cérebro.

Uma complicação imediata do sarampo pode ser uma laringite podendo causar dificuldades respiratórias que podem levar à asfixia (raro).

Existem casos cujas complicações podem ser mais graves, como nas pessoas imunodeprimidas ou nas mulheres grávidas.

Sarampo na mulher grávida

– aborto no 1º trimestre

– parto prematuro no 2º e 3º trimestres

– risco de malformação para o feto, durante toda a gravidez.

Sarampo nas pessoas imunodeprimidas

pneumonia intersticial grave

Além disso, o sarampo pode levar à cegueira, especialmente por causa dos danos à córnea. Nós examinamos um caso de uma mulher que aos poucos perdeu a visão após ter tido sarampo na infância, cerca de 50 anos atrás. Ela teve de realizar um transplante de córnea para recuperar sua plena visão.

Problemas oculares ocorrem especialmente em países muito carentes (falta de cuidados e de vitamina A). A OMS fornece um guia para os médicos.

Veja um trecho da OMS:

MEDIDAS A TOMAR PARA PREVENIR A CEGUEIRA LIGADA AO SARAMPO

O tratamento de lesões oculares decorrentes do sarampo depende das competências do pessoal de saúde local, dos medicamentos e instalações disponíveis. Diretrizes gerais:

1.  Qualquer lesão ocular que ocorra durante o sarampo merece tratamento urgente;

2.  Qualquer criança que manifeste perda de visão monocular deve ser enviada imediatamente a um especialista em oftalmologia.

Tratamentos

Para tratar o sarampo, o médico utilizará essencialmente tratamento sintomático, ou seja, para aliviar os sintomas. No entanto, para prevenir o sarampo, que tem tendência a provocar epidemias às vezes mortais, pesquisadores desenvolveram uma vacina.

1.  Medicamentos e cuidados contra o sarampo

– repouso

– antipiréticos (medicamentos que diminuem a febre, como o paracetamol)

– medicamentos contra tosse

antibióticos (previnem as eventuais infecções oportunistas e são comprados estritamente sob prescrição médica)

Ressaltamos que os medicamentos antipiréticos são essenciais em crianças pequenas, quando a febre for superior a  38,5 °C (risco de convulsões).

Observamos também que as feridas ou placas vermelhas do sarampo não coçam e portanto, não necessitam de cuidados específicos como é o caso da varicela (catapora), por exemplo.

2.  A vacina para a prevenção do sarampo

No Brasil, as autoridades de saúde recomendam a vacinação contra o sarampo em combinação com caxumbarubéola. Esta é a vacina tríplice viral ou SRC.

Idade da vacinação no Brasil

No Brasil, a primeira dose da vacina tríplice viral (SRC) é geralmente aplicada aos 12 meses de idade e a segunda dose é aplicada entre as idades de 4 e 6 anos.

Note que em alguns países como a França, a segunda dose é administrada antes dos dois anos de idade (15-24 meses).

Notas sobre a vacina contra sarampo (geralmente incorporada à vacina SCR combinada)

– A vacina tríplice viral é geralmente administrada através de uma injeção no braço.

– Pode ocorrer um pouco de dor e inchaço no local da injeção, mas geralmente desaparece rapidamente.

– A vacina é eficaz já 3 dias após a primeira injeção. Em outras palavras, o organismo está imunizado contra o sarampo, depois de três dias da primeira dose.

– Em caso de vacinação em adultos (sem vacinação infantil), realizar a segunda dose um mês após a primeira. Não esperar meses ou ano, como em crianças pequenas. Pergunte ao seu médico, pois pode haver diferenças em cada país e em cada faixa etária.

– Variações sobre a vacinação podem ser observadas entre países e regiões. A OMS recomenda que a primeira dose da vacina seja administrada quando a criança atinge uma idade entre 9 e 15 meses e a segunda dose, através de programas de vacinação de rotina, quando a criança entra no segundo ano, quando a criança começa sua educação, ou em crianças menores de cinco anos, durante as campanhas de imunização em massa.

A OMS recomenda que todas as crianças recebam duas doses da vacina contra o sarampo.

A OMS gostaria de ter uma cobertura vacinal contra o sarampo a nível nacional de 90% para a primeira dose da vacina contra o sarampo e de 80% de cobertura em todos os distritos ou unidades administrativas equivalentes.

– Você deve saber que a vacina contra o sarampo é recomendada em todos os países do mundo. A maioria dos países industrializados fornecem a tríplice viral SCR (sarampo-caxumba-rubéola).

De acordo com autoridades de saúde britânicas (NHS), a vacina SCR é mais recomendada que as vacinas individuais, porque a taxa de sucesso é maior. A vacina combinada é mais fácil de atingir grandes escalas. No caso de vacinas individuais seriam seis injeções (em vez de duas injeções da combinada SCR), assim a taxa de adesão seria menor e, portanto, a cobertura seria menor.

– Lembre-se que absolutamente nenhuma correlação foi estabelecida entre a vacina SCR e o autismo ou distúrbios autistas (fonte: OMS, abril de 2013).

– Se você estiver doente, especialmente com febre ou sintomas semelhantes aos da gripe, deve adiar a vacinação alguns dias, porque neste caso a imunização em 100% não pode ser garantida. Então, espere estar completamente curado antes de se vacinar.

– Estima-se que 2% das pessoas vacinadas que receberam 2 doses da vacina contra o sarampo não estão totalmente imunizadas e podem desenvolver a doença. Em outras palavras, a eficácia de duas doses de vacina contra o sarampo é de 98%.

O que fazer se você não foi vacinado ou se recebeu apenas uma dose?

Qualquer pessoa nascida a partir de 1980 deve ter recebido duas doses da vacina SCR e está eficazmente protegido contra o sarampo. Se este não é o caso da sua criança, adolescente ou de você mesmo, a vacinação tardia é recomendada:

– Com uma dose para aqueles que receberam uma única injeção;

– Com duas doses para aqueles que não receberam nenhuma. Lembre-se que no caso de vacinação em adultos (não vacinações na infância), realizar a segunda injeção um mês após a primeira dose. Não esperar meses ou ano, como em crianças pequenas.

Converse com seu médico ou pergunte ao farmacêutico. Nota: A vacina contra o sarampo não é recomendada durante a gravidez.

Mulheres grávidas e soro prevenção

Para as mulheres grávidas, caso em que a vacina é contraindicada, existe uma soro prevenção (administração de gamaglobulinas contendo anticorpos específicos aos antígenos do vírus).

O soro prevenção é especialmente recomendada para:

– Pessoas a quem a vacina é contraindicada (gestantes, recém-nascidos)

– Pessoas ainda não imunizadas que tenham estado em contato com uma pessoa doente (a ser administrado dentro de 72 horas após a exposição).

Alternativa sarampo

Para reforçar as defesas (através dos oligoelementos)

Não existe um remédio específico que combata o sarampo na oligoterapia, no entanto, uma medida do medicamento Cobre-Ouro-Prata, 1 a 2 vezes ao dia permite reforçar o sistema imunológico, o que exerce um papel favorável na terapia do sarampo.

Dicas

– Isole o doente, pois a doença é altamente contagiosa

– Previna as pessoas a sua volta (família, escolas, amigos etc.)

– Repouse bastante

– Contra a conjuntivite: lave os olhos com um algodão úmidecido em soro fisiológico

– Deixe a criança na sombra, pois a luz é quase sempre dolorosa

Prevenção

A prevenção reside sobretudo na vacinação (vacina combinada: Sarampo-caxumba-rubéola ROR- tríplice viral).

– A vacina combinada (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola = ROR- tríplice viral) é indicada para todas as pessoas não imunizadas (crianças a partir de 1 ano). Deve ser aplicada em duas doses, a partir do nono mês de vida da criança. Consulte o seu médico ou farmacêutico para mais informações sobre a vacinação do sarampo (assim como para saber quando tomar a segunda dose). Ressaltamos que a vacina é eficaz 2 dias após a primeira dose.

No entanto, para as mulheres grávidas que não podem tomar a vacina por contra-indicações, existe um soro preventivo que se consiste na administração de gamaglobulinas contendo anticorpos específicos dos antígenos do vírus.

A vacinação não deve ser aplicada nos seguintes tipos de pacientes:

– Com imunodeficiência congênita ou adquirida;

– História de reação de caráter anafilático à dose anterior;

– Gestantes;

– Pessoas que tiveram reação de caráter anafilático após uso de neomicina, ou ingestão de gelatina;

– Pessoas que receberam sangue ou derivados entre 3 meses e 11 meses antes da data da vacinação, dependendo do produto recebido.

A soro-prevenção é principalmente recomendada para:

– pessoas que não podem tomar a vacina (grávidas, recém-nascidos)

– pessoas ainda não imunizadas que estiveram em contato com algum doente (tomar a vacina em até 72 horas após a exposição).

Fontes & Referências:
OMS, OFSP, ATS (agência de notícias da Suíça), Pharmavista.net, Mayo Clinic, Folha de S.Paulo

Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fotos: 
Adobe Stock

Atualização:
11.08.2020

Bibliografia e referências científicas:

  1. Folha de S.Paulo, 19.06.2020
Observação da redação: este artigo foi modificado em 11.08.2020

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